Trabalho com pequenos grupos de líderes em diferentes locais. Procuramos limitar o grupo em 25 pessoas. Ao longo dos anos, percebi que os “encontros individuais” são menos eficazes para produzir mudanças de longo prazo na vida das pessoas. Assim, visito o mesmo grupo em torno de três ou quatro vezes por ano. Em cada visita, passo uns três dias com eles, sendo que a última é dedicada à família. Durante estas visitas, aprendemos juntos através de um estilo didático interativo, com ênfase especial na vida prática.
Nas sessões, aprendemos os seguintes princípios:
- mudar nossa perspectiva: quem somos é mais importante do que o que fazemos
- levar uma vida disciplinada
- deixar de lado os objetivos e as vantagens pessoais para servir os outros.
O impacto que desejamos causar através desta aprendizagem é multiplicar os líderes servis com integridade e eficácia.
Estilo de ensino
A disposição da sala de aula visa acomodar pequenos grupos de cinco pessoas sentadas ao redor de uma mesa. Até mesmo a disposição surpreende muitos alunos, pois eles estão acostumados a se sentarem em fileiras, escutar o que lhes é ensinado e tomar notas. Também mudamos a disposição da sala de vez em quando, dependendo do conteúdo do que vai ser ensinado e do contexto. Freqüentemente fazemos dramatizações e esquetes cômicos e ouvimos histórias incríveis. Mostramos os ensinamentos através de diferentes tipos de mídia: materiais para escutar e assistir, recortes de jornais e assim por diante. Isto é muito criativo e transmite profundamente a mensagem.
A ênfase é toda colocada no aluno, não no professor. A aprendizagem para o impacto é a meta. A função do professor é facilitar a aprendizagem e avaliar o impacto em cada estágio. Os alunos vêem o professor como facilitador, não como um mestre.
A aprendizagem é totalmente baseada na Bíblia, mas não na forma de um estudo bíblico tradicional. Deixe-me dar um exemplo. Para ensinar a liderança servil, eu posso dar ao grupo uma breve introdução sobre liderança conforme a vemos à nossa volta hoje em dia. Na hora, eu posso estar vestido como um grande chefe, com alguém carregando a minha pasta e duas pessoas, uma de cada lado, com flores – é divertido! Eu posso fazer uma dramatização, o que faz com que as pessoas riam e as incentiva a pensar na necessidade de um tipo de liderança diferente. Em seguida, peço-lhes que desenhem figuras da atual liderança com a qual estão familiarizadas, mostrando algumas das suas preocupações. As pessoas usam muita imaginação e produzem figuras coloridas. Cada grupo apresenta suas constatações. No final da sessão, vejo que as pessoas foram afetadas emocionalmente. Então, peço-lhes que desenhem a figura de um líder, usando Filipenses 2:5-9, que descreve Jesus como um líder servil. Os grupos apresentam esta figura também. Ao examinarmos as duas séries de figuras lado a lado, peço-lhes que as comparem. Depois, eu apresento uma série de textos bíblicos, e, em grupos, eles conversam sobre o estilo de liderança encontrado em cada série. A resposta invariavelmente é “servos ou líderes-mordomos”.
Prestação de contas
A prestação de contas existe em diferentes níveis. O primeiro nível é dentro do grupo. Mudamos os grupos diariamente para que os participantes tenham a oportunidade de se reunirem com diferentes pessoas. Eles compartilham suas experiências em grupos.
O próximo nível de prestação de contas é que cada um deles terá de escolher seu próprio mentor pessoal e compartilhar o que aprendeu e as decisões que tomou. Os mentores exigem que eles prestem contas pelo período de aprendizagem. Todos eles devem ensinar o que aprenderam, de maneira que haja um efeito propagador desta aprendizagem.
Vulnerabilidade
Como líder, sou vulnerável perante o grupo. Noto que as pessoas lentamente percebem que podem retirar sua máscara. O estilo de ensino exige que elas falem dentro dos grupos, e elas começam a se dar conta de que estão entre pessoas que cometem erros, assim como elas. Isto cria abertura.
Creio que a vulnerabilidade é de importância primordial. As pessoas procuram imitar o líder. Se o líder se apresentar como a pessoa perfeita, as pessoas terão dificuldade e se fecharão. Jesus não tinha problema algum em dizer aos seus discípulos: “Meu coração está perturbado”. Um dos primeiros líderes cristãos, Paulo, mostra suas próprias dificuldades e admite não ser uma pessoa perfeita. É bom para as pessoas que nos seguem saber que passamos pela mesma dor, sofrimento e tentações que os outros. Precisamos ser pessoas com integridade, e a integridade exige que sejamos por dentro o mesmo que mostramos por fora. Creio que isto é vulnerabilidade. Vi na minha própria vida pessoal que a minha vulnerabilidade e a minha abertura com as pessoas as ajudaram mais do que todos os meus ensinamentos.
O que traz sucesso?
- Reuniões freqüentes com o mesmo grupo
- Interação pessoal
- Estilo de ensino adequado para a aprendizagem adulta
- Aprendizagem com um propósito visando à transformação
- Criação de grupos para a prestação de contas e o incentivo mútuo
- Ser vulnerável desenvolvendo a comunidade
- Incluir avaliações como um componente importante e contínuo do treinamento
- As tarefas oferecem uma oportunidade para praticar o que foi aprendido durante o intervalo entre dois encontros e ensiná-lo a um grupo de 10-20 pessoas.
O que as pessoas disseram após o treinamento
- “Eu tinha medo de que, desenvolvendo outros líderes, eu perderia minha importância. Agora eu vejo que sou chamado a liberar outros.”
- “Eu tinha medo de prestar contas. Agora percebo a importância disso. Encontrei um parceiro de prestação de contas.”
- “Sinto-me uma pessoa mais profunda agora. Minhas várias feridas cicatrizaram.”
- “Ficou mais fácil para mim pedir perdão e perdoar os outros.”
O Dr. Sam Thomas trabalha como Consultor Sênior para a Development Associates International, na Índia.
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