“VENÇA O INIMIGO”

“VENÇA O INIMIGO”
(Eu acho que o inimigo dele eram as saúvas e não as tanajuras.)
Plantei quatro mudas de laranjeiras no quintal da casa
pastoral em Tábua. Bem, na verdade quem plantou foi o irmão
Neto, eu apenas trouxe as mudas. Fiquei todo feliz, esperando
os pés de laranja crescer, imaginando o seu sabor,
sua doçura. Eu não fui criado na roça, e esta é uma experiência
inédita para mim! De manhã e à tardinha eu aguava
as mudas, e à noite eu até sonhava com as laranjas...
Este foi o problema: enquanto eu sonhava de noite, um
exército bem organizado e muito disposto, atacou o meu
humilde pomar. Enquanto eu dormia, os inimigos atacavam.
Eu aguava de tarde, e as valentes tanajuras comiam à
noite. Devido à minha total inexperiência como trabalhador
rural, demorei uns dias para perceber, e as formigas já
haviam devorado três, dos quatro pés de laranja.
Fiquei imaginando, irmãos, a ação do inimigo de nossas
almas. Ele trabalha muito, é organizado e astuto. Enquanto
nós dormimos (espiritualmente), ele trabalha para destruir
o que fizemos. Jesus diz que Satanás é ladrão, que veio roubar,
matar e destruir (Jo 10.10). Ele rouba a Palavra que é
pregada ao coração do pecador (Lc 8.12). Ele está bramando
como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pe 5.8). A igreja
(leia-se, os crentes, cada um de nós) não pode cochilar,
se acomodar, achar que já fez muito. É preciso estar atento
contra as astutas ciladas do inimigo (Ef 611).
Na minha inocente empreitada de lavrador, eu pensei que
bastava aguar. Eu estava feliz, achando que estava fazendo
tudo, e enquanto isto, as terríveis inimigas comiam minhas
laranjeiras... É assim que, muitas vezes, agimos como
igreja. Estamos inocentes, acomodados, contentes por estar
aguando a nossa sociedade... E o inimigo rouba tudo de
noite...
Quando descobri que estava sendo atacado pelo feroz
exército inimigo de tanajuras, resolvi atacar e comprei formicida.
Elas morreram! Achei que tinha vencido a guerra,
mas não! Dias depois, quando cochilei de novo, elas voltaram
e atacaram novamente!
Agora aprendi a lição: temos que vigiar todos os dias,
procurando o rastro da tanajura inimiga. É assim na vida
espiritual também. Não se acomode, não pense que já venceu
a guerra, mas seja sóbrio, vigie, resista o inimigo, lute
pela vida cristã autêntica, pela evangelização, por missões,
pelo fruto do espírito. A vitória é garantida na cruz.
Fazer missões é declarar guerra. Precisamos estar sóbrios,
vigilantes e em permanente oração. Sustente a obra
missionária com seus joelhos dobrados diante de Deus.