Tim
LaHaye
INTRODUÇÃO
O
que torna o homem fascinante é o seu temperamento, pois o provê com
qualidades marcantes que o distinguem de qualquer outro semelhante.
O
temperamento, entretanto, não dá ao homem apenas forças,
características positivas, mas também fraquezas, isto é,
características negativas.
Felizmente,
Deus concedeu a todo que Nele crê o Espírito Santo, para melhorar
suas forças e vencer suas fraquezas.
VOCÊ
NASCE COM ELE!
Você
sabe o que é certo e o que é errado fazer, mas, ao agir, é incapaz
de conseguir se controlar e acaba fazendo o que não desejaria fazer.
O
apóstolo Paulo certamente sentia o mesmo quando escreveu Romanos
7:18-20:
Porque eu sei
que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o
querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não
faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas,
se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o
pecado que habita em mim.
Paulo
faz a clara distinção entre si mesmo e a força incontrolável que
nele habita, o pecado, a fraqueza natural que herdara de seus pais,
como todo ser humano.
Herdamos
o temperamento básico dos nossos pais, que é chamado na Bíblia de
várias formas: "o indivíduo ingênito", "a carne",
"o chefe", "a carne corruptível", "o homem
carnal" e outros, e que é o impulso básico de nosso ser
tentando satisfazer suas necessidades.
Distinção
importante a ser feita entre temperamento, caráter e personalidade:
• Temperamento
- combinação de características congênitas herdadas de nossos
pais e avós e coordenadas com base na nacionalidade, raça, sexo e
outros fatores hereditários.
• Caráter
- é o verdadeiro eu. A Bíblia o chama de "a essência secreta
do coração". O fruto do temperamento burilado pela disciplina
e educação recebidos na infância e pelos comportamentos básicos,
crenças, princípios e motivações, denominado, às vezes, alma - é
composta, esta, por cérebro, emoções e vontade.
• Personalidade
- semblante externo de nós mesmos. Freqüentemente uma fachada
agradável para um caráter medíocre ou mesmo desprezível,
principalmente hoje em dia.
A
Bíblia diz: "O
homem olha a aparência externa, e Deus olha o coração"
e "As
fontes da vida têm origem no coração".
Temperamento:
características com as quais nascemos.
Caráter:
o temperamento "civilizado".
Personalidade:
o rosto que mostramos ao próximo.
A
hereditariedade do temperamento pode levar à enganosa conclusão de
que ele não pode ser mudado. Contudo, isso é possível.
O
TEMPERAMENTO PODE SER MODIFICADO!
Todo
homem que, sinceramente, lamenta sua fraqueza de temperamento,
entende as palavras do apóstolo Paulo em Romanos 7:24: "Homem
infeliz que sou!"
e ele responde à pergunta: "quem
me libertará?"
Sua libertação, como a nossa, dá-se em "Jesus
Cristo, Graças a Deus."
Pedro,
que experimentou grande e dolorosa mudança de temperamento ao longo
de sua conversão, escreve em sua segunda carta 1.4: "vos
torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da
corrupção das paixões que há no mundo."
Há
indivíduos autocontrolados, mas que não curaram boa parte de suas
fraquezas, por não estarem em Cristo Jesus, pois Satanás conhece
nossas fraquezas de temperamento e se aproveita delas para nos
derrotar.
Mesmo
um psicólogo teve de admitir que só Jesus transforma um
temperamento fraco e depravado em um espírito poderoso em Jesus
Cristo.
Infelizmente,
muitos cristãos não alcançaram a completa transformação porque
não se mantiveram em uma relação permanente com Jesus Cristo (Jo
15:1-14).
A
plenitude do Espírito Santo não é apenas ordenada a todo cristão:
"E
não vos embriagueis com vinho, em que há devassidão, mas
enchei-vos do Espírito"
(Ef 5:18), mas se evidencia no controle da natureza humana pelo Santo
Espírito de maneira tal que o cristão viva a vida de Cristo.
Conheça
quatro temperamentos básicos
Hipócrates,
médico e filósofo grego, 400 anos a.C, expôs essa teoria dos
quatro temperamentos básicos, originados de quatro fluidos
orgânicos:
• Sangue
- temperamento sangüíneo;
• Bílis
colérica - temperamento colérico;
• Bílis
melancólica - temperamento melancólico;
• Fleuma
- temperamento fleumático.
Apesar
de ter sido superada essa determinação orgânica de Hipócrates,
tal classificação quádrupla tem sido amplamente utilizada. Nenhuma
outra classificação da moderna psicologia encontrou maior aceitação
que a de Hipócrates.
O
importante é que os quatro temperamentos sejam considerados básicos.
Cada um de nós é, na verdade, uma combinação de dois ou mais
temperamentos com suas forças e fraquezas que podem ser vencidas com
o poder de Deus.
Este
estudo de temperamentos — é bom que se lembre — destina-se à
auto-análise, e não se deixe tentar a analisar o outro com ele.
Características
básicas de cada um
1º
Tipo: O sangüíneo exuberante
É
cordial, eufórico, vigoroso, folgazão. Os sentimentos e não os
pensamentos ponderados têm ação sobre suas decisões.
Num
ambiente repleto de pessoas, a presença do sangüíneo estimula o
ânimo dos presentes por sua conversa exuberante e apaixonada. Sempre
tem amigos porque faz com que se vejam como pessoas importantes para
ele. E realmente o são. Gosta do convívio social e não suporta a
solidão.
Freqüentemente
fala antes de pensar, mas sua ingênua sinceridade muitas vezes
desarma seus interlocutores.
Seus
modos tumultuosos e
amistosos
o fazem parecer mais autoconfiante do que realmente é.
Os
sangüíneos são bons vendedores, funcionários de hospitais,
professores, conferencistas, atores e oradores.
2º
Tipo: O colérico intransigente
É
vivaz, ardente, ativo, prático e voluntarioso. Quase sempre é
auto-suficiente e independente. Tem facilidade em tomar decisões por
si e por outras pessoas.
Não
precisa ser estimulado. Ao contrário, ele é que estimula seu
ambiente com idéias, planos ambiciosos e atividades.
É
capaz de criar projetos lucrativos de longo alcance. Toma a atitude
definitiva diante de problemas, e freqüentemente se vê envolvido em
campanhas contra injustiças sociais e outras do gênero.
As
adversidades servem-lhe de estímulo
e não de obstáculo.
Possui
firmeza inabalável e vence suas lutas por insistência enquanto
outros já desanimaram.
É
o chefe nato. Não se compadece facilmente dos outros.
É
hábil em reconhecer oportunidades, mas não é dado a análises.
Prefere uma avaliação rápida, quase intuitiva. Possui a tendência
a ser tirânico e, muitas vezes, é considerado um oportunista.
Quando
adulto, é difícil para o colérico aceitar a Cristo, devido à sua
auto-sufíciência e, mesmo que o aceite, tem dificuldade em confiar
plenamente no Senhor e em aceitar a afirmação de Jesus: "Sem
mim, nada podeis fazer".
Muitos
grandes generais e líderes mundiais foram coléricos. Pode ser um
bom gerente, planejador, produtor, ditador ou até mesmo criminoso.
3º
Tipo: O melancólico
Considerado,
comumente, um temperamento hostil e sombrio, na verdade, é o mais
rico dos temperamentos, pois é um tipo analítico, abnegado, bem
dotado e perfeccionista. Ninguém desfruta maior prazer com as belas
artes do que ele.
É,
por natureza, introvertido, mas chega a ter estados momentâneos de
êxtase.
É
um amigo muito fiel, mas, ao contrário do sangüíneo, não faz
amigos facilmente. Não tomará a atitude de procurá-los e esperará
que o procurem.
É
o tipo mais confiável, pois seu temperamento perfeccionista não
permitirá que ele desaponte alguém que conte com ele. Mas tem
propensão a ser desconfiado quando o procuram ou o acumulam de
atenções.
Seu
lado analítico faz com que apure com cuidado os obstáculos de um
projeto. Isto, normalmente, o afasta de novos projetos e gera
conflitos com os que tentam iniciá-lo.
Pode
se animar muito com algo e produzir grandes coisas, mas, em seguida,
sobrevêm-lhe uma fase depressiva.
Geralmente
encontra maior significado para sua vida no sacrifício pessoal, e
tende a escolher na vida uma vocação difícil, que envolva grande
esforço pessoal, e a desempenha com persistência, procurando
realizá-la bem.
O
melancólico é o temperamento com maior potencialidade inata a ser
aplicada pelo Espírito Santo. E muitos personagens bíblicos
possuíam o temperamento melancólico, como Moisés, Elias, Salomão,
o apóstolo João e outros.
4º
Tipo: O fleumático
É
o
tipo
calmo, frio e bem equilibrado. A vida para ele é algo severo e
agradável com o qual não quer muito envolvimento.
Jamais
parece perturbar-se sob qualquer circunstância. Não explode em
raiva ou riso porque tem as emoções sob controle.
Ao
fleumático não faltam amigos, porque ele gosta do convívio social
e tem um humor mordaz, capaz de provocar gargalhadas sem dar um
sorriso se quer.
É
organizado e tem ótima memória. Sente-se irritado com o
temperamento inquieto do sangüíneo e sempre lhe aponta a
futilidade. Fica aborrecido com os momentos depressivos do
melancólico e está sempre disposto a ridicularizá-lo. Lança, com
prazer, jatos d'água fria nos planos efervescentes do colérico.
Porém não passa de espectador em sua relação com eles, sem se
envolver em suas atividades.
É
geralmente simpático e de bom coração, mas raramente deixa
transparecer seus sentimentos.
Não
aceitará um cargo de liderança espontaneamente, mas se mostra
capaz, caso tenha de ocupá-lo. É um conciliador e pacificador
inato.
*
* *
A
grande diferença entre os quatro tipos de temperamento nos mostra
porque as pessoas são indivíduos, sem contar as várias combinações
dos quatro temperamentos básicos.
Não
se pode dizer que um deles é melhor, mas todos possuem forças e
riquezas, assim como fraquezas e perigos.
As
forças do temperamento
O
sangüíneo é:
Apreciador
da vida em qualquer detalhe.
Otimista
em relação ao presente e ao futuro.
Amistoso
e afetuoso com as pessoas.
Compassivo
e temo para com o próximo
e suas necessidades.
É
o tipo que mais facilmente obedece ao preceito bíblico:
Regozijai-vos com aqueles que se regozijam, e chorai com aqueles que
choram.
O
colérico é:
Determinado
em seus projetos, que são
plenos de significado.
Prático
e eficiente na hora de tomar decisões rápidas.
Líder
rápido e ousado.
Otimista,
visualizando apenas o objetivo e não as dificuldades.
O
melancólico é:
Sensível,
meditando com ponderação sobre suas emoções.
Perfeccionista
na imposição a si e aos outros de um elevado padrão de qualidade.
Analítico
- caçador de detalhes e de problemas latentes num projeto.
Amigo
fiel - "daria sua vida" pelos poucos amigos.
Abnegado
na execução de qualquer trabalho.
O
fleumático
é:
Espirituoso
- com imperturbável bom humor.
Digno
de confiança, mesmo sem se envolver em demasia com o outro.
Prático
- trabalha bem sob tensão.
Tem
hábitos metódicos.
Eficiente
- com padrões elevados de zelo e precisão.
RESUMO:
■ As
forças de cada temperamento os tornam atraentes, e graças a Deus
que nos deu um pouco da força de cada um.
■ Mas
chegou o momento de encarar as fraquezas, que Deus pode nos ajudar a
transformar.
As
fraquezas do temperamento
O
SANGÜÍNEO é:
Turbulento
-
freqüentemente é pouco prático e desorganizado. Tende a agir
belicosamente e em direção errada, por sua falta de análise. Tem
dificuldade em concentrar-se na leitura da Palavra de Deus. Sua
incessante atividade, que o leva a correr de uma linha de conduta a
outra na vida, impedem sua produtividade.
Pusilânime
e indisciplinado -
não é uma pessoa resoluta e real. Se lhe oferecem um cargo na
igreja, sua resposta imediata é sim, mas acha difícil o trabalho
preparatório e não analisa questões como tempo disponível,
habilidades e responsabilidades envolvidas.
Egoísta
- tende
a ocupar a atenção dos outros para si e toma-se antipático ao
dominar a maior parte da conversa com assuntos de seu próprio
interesse.
Emocionalmente
instável -
a despeito de ser um temperamento alegre, desanima facilmente e tende
a desculpar-se por sentir pena de si mesmo.
Por
sua natureza ardente, pode explodir repentinamente, mas esquecerá
em seguida.
No
campo espiritual, se arrepende pelas mesmas coisas inúmeras
vezes, além de ser o temperamento que mais problemas
tem com a lascívia.
Deve
procurar a orientação do Espírito Santo para adquirir
autocontrole, praticar a abstinência e "fugir
da prostituição"
(1 Co 6.18), além de paciência, fé e bondade.
O
COLÉRICO é:
Violento
-
A ira é uma de suas fraquezas que o tornam insensível à compaixão
cristã. Diferente do sangüíneo, ele explode violentamente e
continua a guardar rancor. É vingativo, o que o torna uma pessoa
indesejável ao convívio.
Cruel
-
tende a cultivar uma úlcera antes dos 40 anos de idade.
Espiritualmente, contrista o Espírito Santo pela amargura, ira e
rancor que lhe dão vestígios de crueldade. Característica que, se
não controlada por padrões morais, pode tomá-lo um ditador ou
criminoso.
Impetuoso
-
seu temperamento determinado pode levá-lo a iniciativas das quais se
arrependerá posteriormente. É-lhe difícil demonstrar aprovação,
o que lhe cria problemas no casamento, quando se acresce a essa
dificuldade a crítica mordaz e declarações cruéis.
Auto-suficiente
-
sua autoconfiança excessiva pode tomá-lo arrogante e prepotente por
se achar auto-suficiente.
No
campo espiritual, esta fraqueza de temperamento o impede de aceitar o
senhorio do Espírito
Santo em sua vida.
De
todos os temperamentos, é o que mais necessidades espirituais tem:
amor, paz, bondade, paciência, humildade, benevolência.
O
MELANCÓLICO é:
Egocêntrico
-
é inclinado à autocontemplação benévola, que lhe paralisa a
energia e a vontade. Está sempre a dissecar as próprias emoções
numa eterna auto-análise que lhe tira a naturalidade e o levam a
condições mentais mórbidas.
Interessa-se
excessivamente por sua condição física também, o que pode
originar uma hipocondria. Este egocentrismo, aliado à sua natureza
sensível, faz com que seus sentimentos estejam sempre à flor da
pele, e com que seja desconfiado. Em casos agudos, com que tenha
mania de perseguição.
Pessimista
-
por sua natureza analítica e perfeccionista, tende a procurar os
problemas de um projeto, que. normalmente lhe pesam bem mais que o
esforço conjunto para vencê-los.
Esta
concepção pessimista o torna inseguro para tomar decisões porque
não deseja cometer erros.
Crítico
-
tem a tendência de ser inflexível com relação ao que espera dos
outros e não consegue aceitar menos que o melhor por parte deles.
Muitos casamentos de perfeccionistas fracassaram porque suas esposas
atingiam apenas 90% do que esperavam delas. A pequena parcela de
erros, ele tende a amplificar.
É
tão crítico para consigo mesmo como o é para com os outros.
Caprichoso
-
é o temperamento que manifesta maior alteração de ânimo. Tem
fases raras de euforia exuberante, às quais se segue uma fase
sombria.
Hipócrates
chegou a qualificar o fluido melancólico como "negro".
Este estado de ânimo cria um círculo vicioso, pois suas fases de
desapontamento acabam enervando seus amigos, que passam a evitá-lo.
Isto o conduzirá a uma tristeza ainda maior.
Essas
sombrias disposições de ânimo levam o melancólico à nostalgia e
à fuga do presente por meio de devaneios em relação ao futuro. Uma
pessoa melancólica deve procurar o auxílio do Espírito Santo para
desviar seus olhos de si mesmo e localizá-los no "puro campo de
colheita" das pessoas necessitadas à sua volta.
Vingativo
-
esta é outra característica do melancólico que, por seu
perfeccionismo, tem dificuldade de perdoar.
Embora
pareça calmo e sossegado, pode carregar dentro de si um ódio
turbulento. Pode ser que jamais o ponha em prática, como o colérico,
mas pode alimentar esse ódio vingativo por muitos anos.
O
melancólico parece ter o maior número de forças e também de
fraquezas, o que torna difícil encontrar um melancólico de nível
médio, porém suas fraquezas acentuadas podem levá-lo à
esquizofrenia ou hipocondria.
A
fé em Jesus Cristo pode ajudá-lo muito com dons espirituais como o
amor, a alegria, a paz, a bondade, a fé e o autocontrole.
O
FLEUMÁTICO
é:
Moroso
e indolente -
freqüentemente parece estar arrastando os pés, pois ressente-se de
ser forçado à ação.
Tem
falta de motivação, o que o toma um espectador da vida e reforça a
tendência a fazer o mínimo necessário. Deixa de realizar muitos
projetos sobre os quais pensa, mas que lhe parecem sempre
trabalhosos.
O
desassossego do sangüíneo e a atividade do colérico quase sempre o
aborrecem, pois teme que eles o forcem a trabalhar.
Provocador
-
devido ao seu agudo senso de humor e capacidade de ser observador
desinteressado, tem facilidade em provocar o próximo
que procura motivá-lo.
Se
um sangüíneo entra animado, o fleumático toma-se distante e frio.
Se o melancólico se mostra otimista, ele o provoca com um otimismo
exagerado. Se um colérico se aproxima repleto de planos, é um
prazer requintado para o fleumático derramar água fria em seu
entusiasmo.
Egoísta
e obstinado -
Com o passar dos anos, seu extremo egoísmo se acentua, porque
torna-se uma defesa. Opõe-se obstinadamente a qualquer espécie de
mudança. Deseja manter-se conservador para conservar suas próprias
energias.
Indeciso
- torna-se
cada dia mais indeciso por seu temor de comprometer-se. Seu
discernimento prático, sua calma e capacidade analítica podem,
eventualmente, encontrar um método melhor para um projeto, mas,
quando ele toma a decisão de executá-lo, alguém dos temperamentos
determinados já está atuando no projeto.
As
necessidades espirituais primordiais do fleumático são o amor, a
bondade, a docilidade, a temperança e a fé.
RESUMO
DAS RELAÇÕES DOS TEMPERAMENTOS COM OUTRAS PESSOAS - FEITO PELO DR.
BALLESBY
O
tipo sanguíneo gosta das pessoas e depois as esquece.
As
pessoas aborrecem o melancólico, mas ele as deixa seguir seus
caminhos tortuosos.
O
colérico utiliza as pessoas para seu benefício próprio e, mais
tarde, ele as ignora.
O
fleumático analisa as pessoas com indiferença desdenhosa.
Esse
resumo dá-nos a triste impressão de que os temperamentos são casos
perdidos, mas temperamento não é personalidade nem caráter o —
mais
importante — ele
pode ser controlado pelo Espírito.
O
TEMPERAMENTO PLENO DO ESPÍRITO
Os frutos do
Espírito são amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5:22-23).
O
Espírito Santo provê qualquer temperamento de nove forças
abrangentes e desconhece fraquezas.
É
o homem como Deus entende que deva ser. Ele terá sua individualidade
mantida por suas forças ingênitas, mas não será mais dominado
pelas fraquezas.
Todas
essas características do Espírito Santo estão presentes na vida de
Jesus Cristo.
Examinaremos
cada uma dessas características para que você possa compará-las
com o comportamento atual.
1.
O amor,
como amor a Deus e ao próximo. Amarás
ao Senhor teu Deus de lodo o teu coração, de toda tua alma e de
todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. O
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo.
(Mt 22:37-39)
Na
verdade, esse amor é sobrenatural, pois o homem mais interessado no
Reino de Deus do que no reino natural em que está vive uma relação
sobrenatural com Deus.
O
colérico tende a necessitar mais do fruto do amor em si que o
sangüíneo, mas, se o Espírito controla sua vida, ele também será
um indivíduo compassivo, amoroso e sensível.
O
amor aqui não é só por aquele que nos provoca compaixão, mas por
todos os homens, mesmo os inimigos. Esse tipo de amor faz duas
pessoas de temperamentos opostos se amarem. Os doze apóstolos
retratam todos os quatro tipos de temperamento e, no entanto, o
Senhor Jesus lhes disse: Por
isso todos os homens saberão que vós sois meus discípulos, se
amardes uns aos outros.
(Jo 13:35)
2.
A alegria
concedida pelo Espírito Santo não é limitada pelas circunstâncias.
É uma das virtudes fundamentais do cristão ao lado do amor.
A
vida plena do Espírito é caracterizada por olhar-se para Jesus,
o Autor da nossa fé, aquele que nos força a saber que todas as
coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus
(Rm 8:28).
O
apóstolo Paulo escreveu da masmorra de urna prisão: Alegrai-vos
sempre no Senhor, de novo vos digo: Alegrai-vos (Fp
4:4). Essa alegria sobrenatural é acessível a qualquer cristão
independentemente do seu temperamento básico ou ingênito.
3.
A
paz
- O Senhor Jesus disse: A
paz vos deixo; dou-vos a minha paz
(Jo 14:27) - A paz que Ele nos deixa é comparada à paz com Deus.
"Dou-vos
a minha paz"
compara-se à paz de Deus. Esta paz Ele nos define como um coração
despreocupado: Não
se perturbe, nem desfaleça o vosso coração
(Jo 14:1).
No
versículo precedente, Ele chama o Espírito Santo de Consolador,
portanto como fonte da paz de Deus.
O
homem estranho a Jesus Cristo não conhece a paz com Deus porque seu
pecado está sempre diante dele e ele sabe que terá de prestar
contas a Deus no julgamento final. Aceitando Jesus como Senhor e
Salvador, ele já entra numa relação de paz com Deus.
Agora,
paz de Deus é aquela que permanece imperturbável diante de
circunstâncias difíceis. Como Jesus, que dormia no barco enquanto
doze discípulos se desesperavam com a tempestade.
O indivíduo
imperturbado, tranqüilo e despreocupado, que enfrenta todas as
circunstâncias da vida assim, possui urna paz que supera todo o
entendimento (Ef 3:19)
4.
A longanimidade
(dois sinônimos mais satisfatórios: paciência e tolerância) - É
a capacidade de suportar ofensas, passar por provações e enfrentar
desgostos sem revidar, sem queixas ou revolta.
A
pessoa que tem essa característica do Espírito Santo executa de
modo complacente as tarefas mais desprezíveis ou árduas como se
servisse a Deus nessas tarefas.
5.
A benignidade
- A maioria dos modernos tradutores do novo testamento a traduzem por
bondade ou generosidade, o que diminui a importância
dessa espécie de procedimento quase esquecida.
Ela
é resultado da extrema compaixão do Espírito Santo para com a
humanidade perdida e agonizante.
É
uma bondade profunda, atenciosa, compreensiva.
A
vida agitada e opressiva dos nossos tempos leva muitos cristãos a se
enervarem com a intervenção dos "pequeninos" em sua obra.
Jesus
Cristo, com sua alma delicada e benigna, nos mostra sua admoestação
aos discípulos que quiseram impedir a aproximação das crianças, e
disse: Deixai
vir a Mim as criancinhas e não queirais impedi-las
(Mc 10:13-14).
Outro
exemplo de sua benignidade deu-se após sua ressurreição, quando
disse a Maria: Vai
contar aos meus discípulos e a Pedro
(Mc 16:7). A referência a Pedro seria desnecessária, uma vez que
Pedro era um de seus discípulos, mas a benignidade de Jesus não o
deixava esquecer e
menosprezar
o remorso que seu discípulo estaria sentindo por tê-lo negado. O
espírito benigno de Jesus era capaz de compreender o temperamento
vacilante e inconseqüente do sangüíneo Pedro, que pergunta quantas
vezes deverá perdoar um irmão (Mt 1-8:21). O Espírito Santo lhe
responde com uma quantidade que o faz parar de contar, porque Ele não
tem limite para perdoar.
6.
A generosidade ou bondade -
definida como qualidade do "pródigo de si mesmo e de seus
bens". Todos os atos dos indivíduos generosos são no sentido
de dar e
não
de receber, revelando um coração desprendido. Paulo disse a Tito
para pregar que os crentes em Deus se esforcem por distinguir-se na
prática do bem (Tt 3:8), devido ao egoísmo do homem, que precisa
ser ensinado a se ocupar com a generosidade.
Todos
os quatro temperamentos conhecidos como ingênitos são egoístas de
alguma forma, mas, para o melancólico, o desprendimento de si para
voltar-se ao próximo é terapêutico.
Como
diz o Senhor Jesus: É
melhor dar do que receber
(At
20:35).
7.
A fé ou fidelidade -
que se traduz na completa dependência de Deus, o antídoto perfeito
contra o temor.
A
fé é a chave para obter muitas graças de Deus. O próprio povo de
Deus desperdiçou 40 anos no deserto por não acreditar em Deus.
Assim como os espias que se acharam como se fossem gafanhotos diante
dos gigantes de Canaã (Nm 13:33).
A
Bíblia nos diz que há duas fontes de fé: uma delas é a pregação:
A
fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus
(Rm 10:17); a outra é o Espírito Santo: O
fruto do Espírito é... a fé (Gl
5:22).
Aquele
que possui um temperamento propício à dúvida, à indecisão e ao
medo deve procurar a plenitude do Espírito Santo, único que pode
dissipar tais tipos de emoções.
Confiai
no Senhor; sede corajosos e Ele fortalecerá vossos corações, eu
vos digo: confiai no Senhor (Sl 27:14).
8.
A mansidão -
O homem é, por natureza, orgulhoso, altivo e egocêntrico, mas,
quando tem a
vida
plena do Espírito Santo, é humilde, meigo, submisso e cede
facilmente às súplicas. Jesus foi o criador do Universo e, no
entanto, dispôs-se a humilhar-se, assumindo a forma de servo para se
submeter aos caprichos da humanidade que Nele cuspiu, esbofeteou e o
matou para que Ele nos desse a redenção com o seu sangue. Com isso,
nos ensinou a não revidar injúrias. Jesus, a quem todo poder e toda
autoridade foram dados, teve de mostrar a Pedro que, nem por isso,
deixaria de cumprir as Escrituras.
Ou pensas tu
que eu não poderia agora orar a meu Pai, e ele me mandaria
imediatamente mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se
cumpririam as Escrituras, que dizem que assim deve acontecer? (Mt
26.53-54).
9.
O domínio próprio -
é também traduzido como temperança e possibilita ao cristão
evitar excessos emocionais de qualquer espécie.
É
o temperamento estável, digno de confiança e disciplinado.
É
a característica para os quatro tipos básicos de temperamento
vencerem suas fraquezas.
A
leitura metódica da Palavra de Deus dá ao cristão esse espírito
uniforme e passível.
O
temperamento sangüíneo é por demais inquieto para dedicar alguns
minutos pela manhã à leitura metódica da Palavra.
O
colérico tem força de vontade suficiente para fazê-lo, mas seu
temperamento autoconfiante o impede de compreender a necessidade de
se submeter a Jesus. Não compreende o "Sem
Mim, nada podeis fazer".
Mesmo quando compreende, tem dificuldade de afastar sua mente do
planejamento das atividades diárias.
O
melancólico é o que tem maior facilidade para o estudo da palavra,
mas sua capacidade analítica pode levá-lo a abstrações sobre a
verdade divina ou suas orações podem transformar-se em queixas e
lamentações devido à sua tendência a alimentar ressentimentos.
O
fleumático pode concordar com um período de estudo metódico na
vida cristã, mas sua inclinação à indolência e morosidade o faz
utilizar-se pouco dessa disciplina e desse suprimento da Palavra de
Deus.
Diante
das dificuldades individuais ingênitas para obter a plenitude do
Espírito Santo, pergunta-se: "Como posso ficar pleno do
Espírito Santo"?
A
resposta vem no próximo
capítulo.
COMO
SENTIR-SE PLENO DO ESPÍRITO
SANTO
Cristo
está nos crentes na pessoa do seu Espírito Santo.
Somos
completamente dependentes do Espírito Santo para nos convencer do
pecado anterior e posterior à nossa salvação, para ter a
compreensão do Evangelho, nos orientar em nossa vida de oração,
para possibilitar-nos nascer de novo e dar nosso testemunho.
Não
há, provavelmente, nenhum tópico na Bíblia que provoque mais
divergências como o de ser ou não pleno do Espírito Santo.
Muitos
cristãos comparam a plenitude do Espírito Santo com o falar em
línguas ou ter uma experiência de êxtase emocional. Outros devido
aos excessos já cometidos quanto a este aspecto, eliminaram, por
completo, o seu ensinamento.
Satanás,
quando não consegue impedir a salvação do indivíduo, tenta
enganá-lo quanto à associação da plenitude do Espírito Santo à
sensações emocionais.
Vejamos
o que nos diz a palavra de Deus a esse respeito.
• O
que esperar quando pleno do Espírito Santo?
1.
As nove características do temperamento pleno do Espírito Santo (Gl
5:22-23)
Alguns
que julgam ter possuído a plenitude do Espírito Santo por unção,
nada sabem sobre o amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a
benignidade, a generosidade, a docilidade, a fé e o autocontrole
2.
Um coração alegre, grato e um espírito submisso. (Ef 5: 18-21)
Não
vos embriagueis com vinho, fonte de desregramento; mas enchei-vos do
Espírito; Entretei-vos com salmos, hinos e cantos inspirados; Cantai
e celebrai o Senhor de todo coração; Dai sempre graças a Deus por
todas as coisas, em nome do Senhor Jesus Cristo; Sede submissos uns
aos outros no temor de Deus. O Espírito de Deus é capaz de
transformar um coração sombrio num coração repleto de canções e
agradecido. Ele troca o coração cheio de rebelião congênita por
um coração submisso à vontade de Deus. Os mesmos resultados da
vida plena do Espírito são os da vida na Palavra. (Cl 3:16-18)
Que a palavra
de Cristo habite abundantemente em vós: ensinai e admoestais-vos uns
aos outros com toda a sabedoria, e do fundo dos vossos corações
agradecidos, cantai louvores a Deus, com salmos, hinos e cânticos
inspirados.
E tudo
o que fizerdes, em palavra ou obra, seja, sempre, em nome de Jesus, o
Senhor, dando por Ele graças a Deus Pai.
Esposas, sede
submissas aos vossos maridos, como é conveniente, segundo o Senhor.
Os resultados iguais se explicam porque o Espírito Santo é o autor
da Palavra de Deus. Isto mostra o erro daqueles que tentam receber o
Espírito Santo por alguma experiência única e definitiva.
3.
O Espírito Santo nos concede o poder para dar testemunho. (At 1:8)
Mas
quando o Espírito Santo descer sobre vós, recebereis uma força, e
então sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, na
Samaria e por toda a parte, até os confins da Terra. Jesus teve que
ir para que o Consolador viesse. (Jo 16:7)
Mas
eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não
for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu
vo-lo enviarei.
Mesmo tendo passado três anos com Jesus, ouvindo suas mensagens
várias vezes e sendo testemunhas dos seus milagres, Ele ainda
recomendou aos discípulos que não saíssem de Jerusalém, mas
aguardassem o cumprimento da Palavra do Pai (At 1:4), isto é, o
derramamento do poder do Espírito Santo.
Também
nós podemos ter a esperança de possuir a facilidade de testemunhar
quando plenos do Espírito Santo. Somente pela fé no que nos garante
a Palavra, de que temos poder para testemunhar, isto é para dar
frutos, é que tomamos posse desse poder, porque muitas vezes não
temos discernimento suficiente ou mesmo informação sobre todos os
frutos de nossa vida plena no Espírito Santo.
É
possível dar-se testemunho do poder do Espírito Santo sem ver os
frutos de imediato. Você pode pregar o Evangelho a uma pessoa e,
naquele momento, ela não aceitar Jesus como Salvador, mas o Espírito
Santo agiu e continua agindo, e, depois de algum tempo, você mesmo
poderá receber a notícia da conversão da pessoa.
4.
O Espírito Santo glorificará Jesus Cristo (Jo 16:13-14).
Quando
Ele vier, o Espírito da verdade, conduzir-vos-á à verdade
completa. Pois não há de falar por si mesmo, mas dirá tudo que
tiver ouvido, e anunciar-vos-á as coisas futuras.
Ele me
glorificará, porque receberá do que é meu para vos anunciar.
Princípio
fundamental da plenitude do Espírito Santo é não glorifícar-se a
si mesmo, mas ao Senhor Jesus Cristo.
Se,
em alguma época ou situação, alguém recebe a glória e não
Jesus, pode-se estar certo de que este fato não se dá sob o poder e
a direção do Espírito Santo.
O
Espírito Santo sempre deixará o crente mais cônscio do Senhor
Jesus que de si próprio.
Resumindo,
o que podemos esperar de um temperamento pleno do Espírito
Santo?
As
nove características desse temperamento; um coração que canta e dá
graças, que nos concede uma atitude submissa à Palavra e a
faculdade de dar testemunho.
Quanto
à sensação de êxtase, a Bíblia não nos promete isto.
• Como
sentir-se pleno do Espírito Santo?
A
plenitude do Espírito Santo não é facultativa na vida cristã, mas
um imperativo: enchei-vos
do Espírito
(Ef 5:18).
Cinco
orientações simples para sentir-se pleno do Espírito:
1.
Auto-analise (At 20:28 e I Co 11:28)
Examine-se
o homem a si mesmo.
Comparando-se com os outros? Não.
Mas,
conhecendo as características bíblicas da plenitude do Espírito já
ciladas, sua auto-analise lhe indicará em qual ponto está falhando.
2.
Confissão de todo pecado conhecido (1 Jo 1:9)
Se
confessarmos nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar-nos e
purificar-nos de toda a iniqüidade.
Após
a auto-análise, o Espírito Santo já nos tem revelado nossos
pecados, isto é, nossas falhas em relação à sua plenitude em nós,
e Deus nos purificará, e nossa alma pura será então preenchida
pelo pleno Espírito.
3.
Submissão completa a Deus (Rm 6:11-13)
Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, sujeitando-vos às suas paixões.
Não ponhais vossos membros a serviço do pecado como armas de injustiça; mas como quem ressurge da morte para a vida, ponde-vos, a vós e a vossos membros, quais armas de justiça, a serviço de Deus.
Para
se sentir pleno do Espírito Santo, a pessoa deve pôr-se
inteiramente à disposição de Deus para fazer qualquer coisa que o
Espírito Santo ordene.
Israel
restringiu o Senhor, não somente por sua falta de fé, mas por sua
rebeldia e obstinação. Assim como uma pessoa que se submete ao
vinho para sentir seus efeitos, devemos nos submeter ao Espírito
Santo para nos sentirmos plenos Dele. Por isso a carta aos Efésios
faz esta comparação em 5:18: "Não
vos embriagueis com o vinho... mas enchei-vos do Espírito".
Para
os cristãos, muitas vezes é difícil essa submissão porque já
encontraram um propósito para suas vidas, sem saber que, na verdade,
estão plenos de si mesmos. Não sabem que, quando entregamos nossa
vida a Deus, devemos fazê-lo sem oferecer restrições ou condições.
Temo
que, muitas vezes, estejamos tão entrosados em uma boa atividade
cristã que não estejamos "disponíveis" para a orientação
do Espírito.
4.
Peça para sentir-se pleno no Espírito Santo (Mt 7:11)
Se
vós pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o
pedirem.
Quando o cristão já se examinou, confessou seus pecados e,
conscientemente, se entregou, sem reserva, a Deus, então está
pronto para pedir o Espírito Santo para si. Com esse preparo, não
estamos querendo dizer o que muitos crentes têm ouvido: que há
necessidade da provação, da espera para receber o Espírito Santo.
Apenas
aos discípulos foi dito que esperassem porque ainda não havia
chegado o Pentecostes. Desde aquele dia, os filhos de Deus têm
apenas que pedir a plenitude para conhecê-la.
5
. Creia-se pleno
do
Espírito Santo e agradeça a Ele a Sua plenitude (Rm 14:23; I Ts
5:18)
Quem,
pelo contrário, tem dúvidas e, apesar disso, come, incorre em
condenação, porque não age com convicção de fé. Tudo quanto não
procede da convicção de fé é pecado.
Em
todas as circunstâncias, rendei graças, pois esta é a vontade de
Deus a vosso respeito em Cristo Jesus.
É aqui que muitos cristãos perdem a batalha.
O
mesmo cristão que, em seu trabalho evangelístico, diz ao novo
convertido para "aceitar Deus em Sua Palavra no que concerne à
salvação", tem dificuldade de aceitar o próprio conselho
quanto à plenitude do Espírito, se a Palavra diz: "quanto
mais o vosso Pai Celestial dará o Espírito Santo aos que pedirem"?
Não
espere algum sinal ou sensação de plenitude no Espírito. Una à
sua fé a Palavra de Deus, que independe de sentimentos. As sensações
normalmente sucedem à nossa fé, à nossa aceitação de Deus e sua
Palavra, não o contrário.
• Andar
segundo o Espírito (Gl 5:16 e 25)
Portanto:
andai
segundo o Espírito e não cumprireis os desejos da carne. Se
vivermos pelo Espírito, guiemo-nos também pelo Espírito.
Andar
segundo o Espírito e sentir-se pleno do Espírito Santo não são a
mesma coisa, apesar de intimamente relacionadas.
Andar
segundo o Espírito é sentir-se pleno do Espírito Santo em todas as
ações do nosso dia-a-dia, ao ajoelhar para orar, ao varrer a casa,
ao ouvir uma conversa ao telefone, em qualquer parte. É a comunhão
constante com Deus que é o mesmo que viver em Cristo. É livrar-se
das fraquezas em vez de ser dominado por elas.
Essa
é a vontade de Deus para todos os crentes.
MAGOANDO
O ESPÍRITO SANTO POR MEIO DA IRA
Sede, antes, bondosos e misericordiosos uns para com os outros, perdoando vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. (Ef 4:29-32)
Magoar
o Espírito Santo por meio da ira, amargor, cólera ou outras formas
de obstinação humana, provavelmente, arruíne mais testemunhos
cristãos do que qualquer outra espécie de pecado.
Na
carta aos Gálatas (5:20), Deus coloca a ira, a dissensão e a
indignação na mesma categoria dos crimes de embriaguez e das orgias
dizendo: "...eu
vos previno, como já fiz: aqueles que praticam isso não herdarão o
reino de Deus".
A
ira - Um pecado universal
A
ira e o medo são dois pecados universais, e normalmente andam
juntos, pois o medo e a ansiedade levam a um temperamento irado, e a
pessoa constantemente irada tende a ser ansiosa, portanto medrosa.
A
ira entristece o Espírito Santo e o medo o extingue.
Em
nosso estudo sobre temperamentos, descobrimos que os sangüíneos e
os coléricos tendem a ser irados, enquanto os melancólicos e
fleumáticos tendem a ser medrosos, e que somos a combinação de
dois ou mais temperamentos. Portanto, um indivíduo 70% colérico
normalmente será 30% melancólico e terá em si a ira e o medo como
componentes de seu temperamento.
O
alto preço
da ira
O
alto preço da ira manifesta-se em vários aspectos de nossa vida, a
saber:
Emocional
A
ira e o amargor reprimidos tornam a pessoa desequilibrada
emocionalmente, fazendo-a tomar decisões prejudiciais e até
embaraçosas. Somos pessoas extremamente emotivas. Assim fomos feitos
por Deus, não devemos deixar a ira esmagar o amor, que é a emoção
mais preciosa.
A
ira aparece com várias facetas para que satanás nos engane
fazendo-nos pensar que não a sentimos. Ei-las:
Amargor
Rancor
Protesto
Inveja
Ressentimento
Intolerância
Crítica
Vingança
|
Indignação
Ódio
Insubordinação
Ciúmes
Agressão
Maledicência
Sarcasmo
Inclemência
|
Social
Não
há dúvida de que os rabugentos, os mal-humorados e irados vão
sendo eliminados das listas sociais. A ira de um esposo pode fazer os
dois serem excluídos das reuniões dos amigos, criando um problema
no casamento. E o irado, quanto mais velho fica, vai tendo mais
dificuldade para disfarçar o seu temperamento ranzinza, pois perdeu
a vontade de agradar o próximo.
Que
tragédia se vovô for cristão e não permitiu que o Espírito Santo
de Deus lhe modificasse os atos do corpo muitos anos antes.
Física
A
ira e o amargor causam tensão, que, por sua vez, produz o
desequilíbrio físico. Junto às doenças provocadas pelo estado
constante de ira e ressentimento, vem o prejuízo financeiro, devido
ao dinheiro gasto com médicos e remédios.
Porque
toda nossa estrutura física é intimamente ligada ao nosso sistema
nervoso central, mais exatamente, o centro emocional situado entre
nossas têmporas, que envia os impulsos para a ação dos órgãos e
membros de nosso corpo.
UM
HOMEM SEM CRISTO
São
três as partes mais importantes da essência do homem: a vontade, a
mente e o coração (centro emocional). O homem é afetado
emocionalmente pelo que é depositado na sua mente e o que deposita
na mente é determinado por sua vontade, portanto, se o homem não
quer obedecer a Deus é registrado em sua mente informações que
produzem emoções contrárias à vontade de Deus, estas emoções
geram ações que desagradam a Deus.
Todo
pecado se inicia na mente. Por exemplo, muito antes de um homem
cometer adultério, a luxúria já habitava em sua mente. A
literatura e imagens obscenas incentivam a mente para o mal, enquanto
a Palavra de Deus acalma as emoções do homem e o conduz a caminhos
de virtude. Sua mente recebe o que sua vontade escolhe para ler, ver
e ouvir.
Por
isso, o Senhor Jesus nos legou esta exigência: Amarás
ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda tua alma
(vontade) e com toda tua mente.
(Mt 22:37)
O
Dr. Mc. Millen ("Nenhuma dessas moléstias") declara: "O
centro emocional produz essas vastas mudanças por meio de três
mecanismos principais: Pela alteração de quantidade de sangue que
flui para um órgão; pela influência na secreção de algumas
glândulas e pela alteração da tensão dos músculos". As
emoções de ira e ódio provocam um suprimento anormal de sangue no
cérebro devido à dilatação dos vasos sangüíneos. Uma vez que o
crânio é uma estrutura rígida, sem espaço para dilatação, esse
rancor pode causar fortes dores de cabeça.
O
ódio pode ocasionar o efeito contrário em outros órgãos, como
estômago, intestinos, vesícula, fígado, coração, pulmões etc.,
restringindo o fluxo de sangue nesses órgãos e provocando, assim,
doenças.
Segundo
o Dr. Mc. Millen, até mesmo doenças infecciosas são causadas por
tensão emocional prolongada, que provoca a queda da resistência.
Os
próprios psicólogos dizem que o homem é incapaz de controlar suas
emoções pela vontade.
É
verdade, pois só o poder de Jesus Cristo é capaz de tomar um
indivíduo irado e sarcástico em um ser amoroso, compreensivo,
generoso e dócil.
Espiritual
O
mais alto preço pago por uma pessoa de temperamento rancoroso se
encontra no reino espiritual. Jesus veio para nos dar a vida eterna,
que começa, não quando morremos, mas no momento em que passamos a
estar Nele, sentindo-nos plenos do Espírito Santo.
A
mágoa infringida ao Espírito Santo pela cólera, a indignação e
as inquietações interiores impede que Deus atue na vida do cristão,
dando-lhe a vida fecunda que ele deseja ter. Impede-nos de "acumular
riquezas no céu",
que é nosso objetivo se obedecemos à Palavra.
A
causa básica da ira
O
que provoca em um ser perfeitamente normal, amável,
equilibrado uma súbita reação de revolta?
A
aceitação da resposta a esta pergunta permite ao cristão dar um
grande passo em direção à cura.
Desculpando-nos
de nossa ira com justificativas infundadas, estamos adquirindo mais
uma fraqueza do espírito, que é o egoísmo. Quando me zango é
porque alguém violou meus direitos e estou preocupado comigo mesmo.
E, se alguém disser que estou cultivando um espírito rancoroso e
vingativo, vou responder que ele faria o mesmo se vivesse nas
condições em que vivo ou com tais pessoas.
Se,
em vez de colocar a culpa na outra pessoa, cultivando nosso egoísmo,
passarmos a olhar para Deus, que promete suprir as nossas
necessidades, vamos nos sentir vitoriosos sobre todo sentimento de
rancor, ressentimento e sobre o próprio egoísmo, por afastarmos os
olhos de nosso sofrimento.
Uma
vez que colhemos o que plantamos, e que o amor gera amor, em breve
veremos os frutos de nossa nova atitude na mudança
de atitude dos outros.
O
medo aniquila o Espírito
Santo
Sede sempre
alegre.
Orai sem
cessar.
Em
todas as circunstâncias, rendei graças, pois esta é a vontade de
Deus a nosso respeito, em Cristo Jesus.
Não apagueis
o Espírito. (1 Ts 5:16-19)
Vimos,
no capítulo anterior, que a ira magoa o Espírito Santo. Agora,
veremos como o medo aniquila.
O
regozijar-se e dar graças sempre a Deus, mesmo em circunstâncias
adversas, é algo que só a plenitude no Espírito Santo permite.
Esse regozijo tem base na fé que tem o cristão no amor e no poder
de Deus em sua vida.
Uma
atitude de descrença na fidelidade de Deus, porém, pode ser causada
pelo medo e aniquilar a alegria do Espírito.
O
medo é universal
A
primeira reação ao pecado e à desobediência de Adão e Eva foi o
medo, pois se esconderam de Deus, que passava pelo jardim do Éden
por volta da viração do meio dia (Gn 3:8-10).
Desde
aquele dia, quanto maior é a desobediência do homem a Deus, maior é
seu medo. O inverso também é verdade: quanto mais obedece a Deus,
mais se apóia Nele em suas necessidades.
O
próprio Senhor Jesus admoestou várias vezes os discípulos quanto à
sua pequena fé e seu medo. As condições do mundo não são
propícias para a paz e para a fé hoje em dia, pois elas fazem com
que muitos tenham medo. Por isso é muito bom para o filho de Deus
ouvir de Jesus:
Havereis
de ouvir também falar em guerras e rumores de guerras, não vos
deixeis alarmar. (Mt 24:6)
Os
homens atuais temem o fracasso, o nervosismo, a pobreza, o enfarto. A
insegurança
financeira tem tirado o sono de muitos.
O
preço emocional do medo
É
grande o número de pacientes com problemas emocionais nos
consultórios devido ao medo. E a maioria das coisas que os
indivíduos temem jamais acontecem ou não tem a proporção que eles
lhes dão.
O
preço social do medo
As
pessoas emocionalmente desequilibradas tendem a ser evitadas, o que
agrava o seu desajuste emocional.
O
preço físico do medo
Assim
como a ira, a tensão emociona! causada pelo medo causa pressão
alta, deficiência cardíaca, distúrbios digestivos e intestinais,
artrite, dores de cabeça e outras.
Estados
de tensão passageira, como quando temos de falar em público,
provocam várias reações orgânicas como secura da boca, tremor, e
esta é uma reação normal, se for passageira, mas um estado
constante de tensão desse tipo passa a lesar o corpo
Deus
deu capacidade à nossa glândula supra-renal para injetar adrenalina
em nosso sistema circulatório em situações que exijam um esforço
maior ou reflexo mais rápido. Porém esse excesso de adrenalina é
eliminado rapidamente pelo corpo assim que o estado de tensão
passar. Se, no entanto, esse estado se prolongar por horas devido a
preocupações cotidianas, esse excesso pode ocasionar sedimentação
de cálcio nas articulações, provocando artrites. Não é de
estranhar que o Senhor Jesus tenha dito em seu sermão da montanha:
"Não
estejais preocupados relativamente á vossa vida, com o que haveis de
comer ou beber, nem relativamente ao vosso corpo, com o que haveis de
vestir..."
(Mt 6:25). O Espírito Santo também nos diz: "Não
vos ansieis por coisa alguma...
(Fl 4:6).
Deus
não nos fez com os ombros suficientemente largos para carregar todo
o peso do mundo, nem mesmo os problemas de nossa família, mas o
Senhor Jesus pode realizar muito mais que tudo que pedimos e
imaginamos (Ef 3:20).
O
preço espiritual do medo
O
medo não permite que sejamos cristãos alegres, felizes, radiosos,
pelo contrário, torna os cristãos ingratos, queixosos, até mesmo
infiéis. Se Paulo e Silas tivessem se amedrontado quando presos,
jamais teriam ouvido do carcereiro: Senhor,
o que devo fazer para ser salvo?
(At 16:30)
O
medo impede que o cristão agrade a Deus. Sem
fé é impossível agradar a Deus
(Hb 11:6). O Capítulo 11 de Hebreus tem exemplos de homens e
mulheres que agradaram a Deus porque não foram vencidos por suas
fraquezas ingênitas, ou pelo medo ou pela ira, mas obedeceram a Deus
pela fé.
É
só considerarmos o temperamento destes quatro homens: Pedro, o
sangüíneo, Paulo, o colérico, Moisés, o melancólico, e Abraão,
o fleumático, para vermos que Deus não acata os indivíduos, mas
torna suas fraquezas em força, por meio de Seu Espírito Santo, e o
fará por você também.
O
que provoca o medo
Existem,
pelo menos, oito causas do medo:
Características
de temperamento
Os
temperamentos melancólico e fleumático são mais propensos aos
sentimentos de medo, mas todos estão sujeitos a ele pois não são
puros quando sangüíneos ou coléricos.
Experiências
na infância
O
amor e a compreensão junto com o ensinamento dos padrões bíblicos
de vida, inclusive a submissão aos pais impedem o desenvolvimento de
filhos medrosos. Entretanto, há certos hábitos dos pais que devem
ser evitados:
Excesso
de proteção
Pais
excessivamente protetores tornam a criança egocêntrica e medrosa em
relação às coisas que lhe acontecem e também em relação às que
seus pais temem, pois elas aprendem rapidamente a conhecer nossas
emoções.
A
mãe que não deixa o filho jogar futebol porque ele pode quebrar um
dente ou uma perna não sabe que é muito mais fácil curar uma perna
quebrada do que curar as cicatrizes que o medo deixa em nossas
emoções, o que só um milagre de Deus pode fazer.
Domínio
sobre os filhos
Pais
coléricos que dominam a vida de seus filhos ou que se aferram à
crítica constante por uma falha, freqüentemente, criam insegurança,
hesitação e medo nos filhos. Sempre deve-se seguir um elogio após
uma crítica.
Quanto
mais uma pessoa nos estima, tanto mais importante é procurarmos uma
área em sua vida em que possamos mostrar aprovação. Mesmo na hora
da correção, é preciso mostrar afeto aos filhos.
Uma
experiência traumática
Experiências
traumáticas, como um quase afogamento na infância, deixam marcas
ocultas nas emoções das pessoas, que geralmente as acompanham a
vida inteira.
Um
padrão do pensamento negativo
Um
indivíduo que mantém um padrão derrotista acha-se sempre incapaz
de tentar algo novo e sugestiona-se todo tempo com o "não
posso, não posso". Esse comportamento diminui a autoconfiança
e gera o medo. Mas há uma solução para o cristão, que pode
decorar Fl 4:13: Posso
todas as coisas naquele que me fortalece.
Ira
A
ira pode causar o receio quanto às
próprias atitudes violentas.
O
pecado provoca o medo
Se
o nosso coração não nos repreende, podemos recorrer confiantes a
Deus (1
Jo 3:21). Este princípio, que nos relembra de nosso relacionamento
com Deus toda vez que pecamos, tem causado uma falsa interpretação
em psiquiatras e psicólogos não cristãos, que acusam a pregação
cristã de causadora de complexos de culpa. Mas a verdade é que o
pecado gera o sentimento de culpa e não nossa relação com Deus,
isto desde Adão e Eva.
A
falta de fé
Há
dois tipos de medo que a falta de fé gera mesmo em um cristão. Um
deles é o medo de um pecado passado porque não crê que Deus
tenha-lhe purificado de todo pecado (1 Jo 1:9). Outro tipo de medo
causado pela falta de fé é o medo do futuro.
A
preocupação com as dificuldades que possam surgir no futuro, ou
mesmo no dia de amanhã, impede que vivamos plenamente a graça que
Deus nos dá no dia de hoje. Como diz o salmista em Sl 118:24: Este
é o dia que o Senhor criou; nele regozijaremos e seremos alegres.
O
egoísmo - o motivo básico do medo
Por
que tenho medo? Porque estou preocupado comigo.
Por
que me sinto embaraçado diante de uma platéia? Porque tenho medo de
fazer um papel feio.
Por
que receio perder o emprego? Porque temo mostrar-me um fracassado
diante de minha família ou da igreja.
Não
seja uma tartaruga
Quando
você se sente intimidado diante de um grupo de pessoas porque acha
que estão todos olhando para você, esconde-se e evita participar de
atividades em que você seja o foco das atrações, você é como a
tartaruga que se esconde sob o casco, mostrando furtivamente a cabeça
para se proteger. O seu casco é o egoísmo. Jogue-o fora e pense
mais nos outros que em si mesmo.
Quem
quer ser uma ostra?
Se
quisermos uma vida emocional plena, precisamos nos tomar vulneráveis,
aprender a "dar a outra face", senão teremos de criar
couraças emocionais até nos tomarmos uma ostra, completamente
fechada, que não corre o menor risco de ser ferida.
O
medo, como vimos, deve ser considerado um pecado e não
desculpado como um padrão normal de comportamento.
Estaremos
livres dele, estando plenos do Espírito
Santo.
A
DEPRESSÃO, SUA CAUSA E SUA CURA
A
depressão é uma moléstia emocional que pode ser chamada de
universal. Atinge cultos e incultos, pobres e ricos.
É
definida no dicionário como "distúrbio mental caracterizado
por desânimo, sensação de cansaço, cujo quadro inclui ansiedade
em grau maior ou menor."
Deus,
que nos exorta dizendo: esforça-te
e tende bom ânimo
(Js 1.6), jamais desejou nos ver nesse estado. Ele nos deixou uma
vida abundante!
O
crente pleno do Espírito Santo nunca se sentirá deprimido. Aquele
que se sentir assim já magoou o Espírito e pagará um preço
vultoso por isso.
O
vultoso preço de sentir-se deprimido
São,
pelo menos, cinco os prejuízos causados pela depressão:
Melancolia
e pessimismo
Para
o indivíduo deprimido, tudo se lhe afigura negro, e as coisas mais
simples lhe são difíceis. Faz uma "tempestade num copo
d'água", o que o torna uma companhia desagradável, obrigando-o
a pagar o preço da solidão.
Apatia
e cansaço
Todo
indivíduo necessita do sentimento de realização que sucede a uma
tarefa bem executada, sentimento que é repelido pela apatia do
deprimido.
A
apatia, com certeza, não é um solo fértil em que brotem as
sementes dos ideais e objetivos. A falta de um ideal, por sua vez,
mantém o indivíduo apático e sem vitalidade, por isso apresenta-se
ele sempre cansado.
É
o que acontece com os jovens de hoje, sem ideal, apáticos e cansados
com a menor atividade.
Eles
precisam desesperadamente que indivíduos plenos do Espírito Santo
lhes mostrem a vida abundante que Jesus tem para lhes dar.
Hipocondria
Uma
pessoa deprimida tem dores generalizadas, que ela usa para desculpar
sua apatia, em vez de combatê-la.
A
lembrança de uma experiência traumática acompanhada de dor leva o
indivíduo a sentir a mesma dor quando a experiência se repetir ou
quando pensar nessa experiência. E a tendência do deprimido é
focalizar a atenção sobre aquilo que a desagrada, tomando-se um
doente crônico.
A
perda de produtividade
A
conseqüência inevitável da apatia é a perda de produtividade que
faz com que pessoas bem dotadas jamais concretizem suas
potencialidades. Com isso, perdem nesta vida e também
na vida eterna.
A
Palavra de Deus é que diz: Se
a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo,
todavia como pelo fogo (1
Co 3.15) e Jesus, em Mt 25:14-30, fala sobre um servo mau e
indolente.
O
cristão só pode ficar deprimido por não poder testemunhar sua fé
ao próximo.
Irritabilidade
O
deprimido fica irritado até com a atividade e disposição dos
outros enquanto ele está pensativo e melancólico.
Introspecção
O
indivíduo deprimido tende a fugir das situações que considera
desagradáveis e a buscar refúgio nos devaneios nostálgicos ou
ligados ao futuro. Esse comportamento toma-o pouco comunicativo e
isolado.
A
causa da depressão: Na verdade, há algumas causas básicas para a
depressão, a saber:
As
tendências do temperamento
O
temperamento mais vulnerável a ela é o melancólico, porque a
experimenta por um período mais longo.
O
sangüíneo passa por um momento de depressão, mas, logo que
encontra uma companhia animada, ele se anima também.
O
colérico é um otimista perene e acha a depressão pouco prática
para aceitá-la.
O
segundo lugar dos temperamentos em relação à depressão é do
fleumático, embora os ataques não sejam tão freqüentes devido ao
seu bom humor.
Os
motivos que levam o melancólico
à depressão são três:
1º)
Sua maior fraqueza é o egocentrismo, que se perpetua com o hábito
da auto-analise constante, levando-o à introspecção típica da
depressão.
2º)
O
melancólico é um perfeccionista que critica com facilidade não só
os outros como a si mesmo, o que o toma escrupuloso e meticuloso.
Normalmente se dedica a seus objetivos com um esforço imenso e
grande trabalho, achando-se, por isso, melhor que os outros e
passando a dominar o grupo. Atinge seu padrão, mas se toma malquisto
e desprezado, o que o leva à depressão.
3º)
O perfeccionismo do melancólico o leva à frustração, pois não
consegue executar com perfeição todas as tarefas que se impõe.
A
hipocrisia
O
cristão que tenta enquadrar-se aos padrões cristãos apenas pelo
autocontrole e não por uma genuína conversão do espírito, terá
de suportar doenças e frustrações que podem tomá-lo deprimido.
Problemas
físicos
Uma
pessoa debilitada tende a achar grande dificuldade em executar
qualquer tarefa, o que a toma deprimida, a não
ser que
diga como Paulo: quando
estou fraco, então
é que sou forte
(2 Co 12.10).
A
carência de vitamina B e de hormônios pode levar à depressão. Por
isso não devemos ver apenas as causas espirituais e emocionais.
O
demônio
Se
não estiver pleno do Espírito Santo, o cristão pode ser oprimido
pelo demônio que o leva à depressão.
Rebelião
e descrença
O
Salmo 79 descreve a angústia e abatimento de Jerusalém pela derrota
sofrida diante da invasão dos inimigos, porém pede, no versículo
9, perdão pelos seus pecados, que foram justamente a descrença e a
rebelião.
A
falta de fé de que Deus tem o melhor para ele, mesmo que a seus
olhos pareça o contrário, leva-o à rebelião.
Seguindo
seus próprios caminhos e não os de Deus, o homem sofre, fracassa e
se deprime por isso.
Desgaste
psicológico
A
um grande e desgastante projeto realizado, é comum seguir-se uma
crise de depressão. É o que acontece com alguns ministros depois de
concluído o projeto de construção de uma igreja. Para eliminar a
depressão, é preciso traçar objetivos mais elevados.
Elias
foi um homem de Deus que, depois da grande vitória de fazer descer
fogo dos céus e matar quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal,
disse para Deus: Já
basta, ó Senhor. Toma agora a minha vida, pois não sou melhor do
que meus pais
(1 Rs 19:4), obrigando Deus a se dirigir a ele para dar-lhe novos
objetivos.
Autopiedade
- a causa básica
da depressão
Não
importa quais sejam as causas apontadas até aqui, elas são apenas
desculpas para não buscar a cura do Todo-Poderoso e ficar deprimido.
Porque
a pessoa só se prostra em depressão após um longo período cativa
do pecado da autocomiseração ou egocentrismo.
Este
pecado é tão sutil que a própria pessoa não se apercebe que o
tem.
Alguém
pode ter o apoio de quase todos os membros da igreja para uma obra
que executa, mas, se tiver um opositor ou achar que o tem, passará a
se sentir desprezada e com pena de si mesma.
Como
diz a Bíblia: O
que quer que o homem semeie, isso ele lambem colherá.
(Gl 6:7), portanto, se semear autopiedade; colherá depressão.
Quando
descobrimos em nós a fraqueza da autopiedade, já temos meio caminho
andado para a cura da depressão e outros males.
COMO
VENCER SUAS FRAQUEZAS
Tirando
vantagens do temperamento
Não
é vontade de Deus que suas características ingênitas sejam
destruídas. É da Sua vontade que Cristo seja glorificado em todas
as áreas de sua vida de acordo com sua personalidade.
Para
que suas forças sejam bem aproveitadas, é preciso que você conheça
suas fraquezas e busque, para superá-las, a unção do Espírito
Santo, para que você seja o ser completo que Ele deseja utilizar
para Sua glória.
Faça
uma lista de suas fraquezas após definir o temperamento ao qual
pertence, depois procure a plenitude do Espírito Santo para
vencê-las.
O
egoísmo - A causa da fraqueza do homem
O
egoísmo foi o pecado original de Satanás: Tu
dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de
Deus exaltarei o meu trono; no monte da congregação me assentarei,
nas extremidades do norte. Subirei acima das mais altas nuvens; serei
semelhante ao Altíssimo.
(Is 14:13-14), de Adão e Eva e Caim (Gênesis). A partir daí, tem
sido o causador de mágoas, miséria, guerras, até os dias de hoje.
Como
os dez mandamentos são o padrão de obediência a Deus, constatamos
que o homem generoso os obedece, enquanto o egoísta os transgride.
Por
exemplo, o indivíduo que é generoso em relação a Deus obedecerá
a Ele humildemente e apenas a Ele adorará; não usará Seu nome em
vão, nem fará para si mesmo imagens esculpidas; guardará o dia do
Senhor, em vez de profaná-lo para fins egoístas. O indivíduo
generoso honra pai e mãe; não furtará; não prestará falso
testemunho contra o próximo; não adulterará, nem cobiçará o que
é do próximo.
Desta
maneira, pode-se facilmente concluir que o coração
egoísta poderá cometer todos esses pecados.
O
Espírito Santo - A cura de Deus para as fraquezas do temperamento
Como
já vimos no início do resumo, as nove características do indivíduo
pleno do Espírito Santo suprem-no da força necessária para
combater as próprias fraquezas.
Em
primeiro lugar, é preciso passar pela experiência instantânea de
aceitar Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É só abrir a porta que
Ele entrará e ceará com você (Ap 3:20). Cear significa manter com
você um relacionamento por meio do Seu Espírito.
Vencendo
as fraquezas
O
Espírito Santo vencerá suas fraquezas se você for pleno Dele.
Mesmo assim, é bom seguir um programa planificado para vencer suas
fraquezas:
Encare
suas fraquezas como pecados
Em
primeiro lugar, não apresente desculpas para suas fraquezas —
frases como "Eu sou assim mesmo, é o meu jeito". É
preciso encarar as fraquezas como elas são: pecados, o quais o
Espírito Santo pode ajudá-lo a eliminar. Se Deus diz em Sua
Palavra: Posso
todas as coisas Naquele que me fortalece
(Fp 4:13), e não O consideramos mentiroso, você pode vencer todas
as fraquezas tendo em você o Espírito de Deus.
Confesse
o seu pecado todas as vezes!
Logo
que descobrir seu pecado, confesse-o, pois Ele
é fiel e Justo para perdoar-nos e purificar-nos de toda a iniqüidade
(Jo 1:9). Esse versículo deve ser usado com constância para que não
passemos longo tempo com o pecado em nossas vidas, prejudicando
nossas bênçãos espirituais.
Peça
a Seu amoroso Pai para livrá-lo desse pecado
A
vitória sobre o egoísmo, o medo e a ira é vontade de Deus,
portanto, se pedirmos que Ele cure nossas fraquezas, Ele o fará.
Creia
que Deus tenha dado a vitória
Muitos
cristãos perdem a oportunidade de ser curados quando pedem a cura
mas não se sentem curados.
Você
pode todas as coisas Naquele que te fortalece, inclusive ser manso e
não irado, confiante em vez de medroso.
A
primeira Carta aos Tessalonicenses diz: em
tudo dai graças,
pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
Portanto
devemos, pela fé, dar graças pela cura que Ele processou em nossas
fraquezas.
Solicite
a plenitude do Espírito
Santo
Já
vimos, neste resumo, que podemos pedir a plenitude do Espírito Santo
de acordo com a Palavra de Deus em Lucas 11:13: Se
vós, pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai do céu dará o Espírito Santo aos que
pedirem!
Andai segundo
o Espírito e habitai em Cristo (Gl 5:16)
Se
habitardes em Mim e Minhas palavras habitarem em vós,
podeis pedir o que desejardes que vos será concedido
(Jo 15:7).
Isto
é o que nos ensina Jesus e, para que Suas palavras permaneçam em
nós, precisamos conhecê-las lendo a Bíblia. Ela deve ser a fonte
de seu alimento espiritual. O novo cristão deve começar por João,
depois 1 João, Carta aos Filipenses e Efésios, para, então, ler
todo o Novo Testamento e, finalmente, o Velho Testamento. Ternos de
ter o hábito de nos alimentar diariamente da Palavra de Deus como
temos o hábito de almoçar todos os dias, por exemplo.
A
oração também deve ser uma prática diária, não só as longas e
benéficas horas de oração em seu quarto, mas a incessante consulta
a Deus a respeito do trabalho, dos assuntos familiares, condicionando
tudo a que "seja feita a Sua vontade". O que quer dizer
tomar decisões que não transgridam a Palavra de Deus.
Servir
a Cristo é também uma forma de estar Nele. Se
alguém me serve, o Pai o honrará (Jo
12:26).
Se
você não O está servindo, então está sendo servido.
As
pessoas mais felizes do mundo são aquelas produtivas para Cristo,
porque vivem para Deus e para o próximo e não têm como sentir
autopiedade.
A
força do hábito
Mesmo
conhecendo os benefícios de estar pleno do Espírito Santo, você,
de repente, poderá se ver repetindo velhas ações pela força do
hábito. Mas não desista de sua busca, sabendo que Maior
é Aquele que está em nós do que aquele que está no inundo
(1 Jo 4:4) e utilizando seis passos para isso:
• enfrente
o fato como um pecado;
• confesse-o;
• peça
ao Pai para extirpar esse hábito;
• agradeça-O
antecipadamente pela vitória;
• pela
fé, suplique a plenitude do Espírito Santo e
• ande
segundo o Espírito.
OS
TEMPERAMENTOS MODIFICADOS PELO ESPÍRITO
SANTO
Quando
o Espírito Santo penetra na mente de um homem, este, imediatamente,
começa a mudar seu temperamento. Trata-se do novo nascimento, que é
uma experiência sobrenatural, portanto, impossível de ser vivida
sem a interferência do Espírito Santo na mente e corpo da pessoa.
Examinaremos,
agora, os quatro temperamentos modificados pele Espírito
Santo.
O
sangüíneo pleno do Espírito
O
sangüíneo será sempre extrovertido, mesmo após estar pleno do
Espírito Santo. E será falador e brincalhão, mas suas brincadeiras
e anedotas serão sadias e
não
obscenas, como costumavam ser. Ainda compartilhará emoções com o
próximo, mas não chorando com ele e, sim, mostrando-lhe as
promessas de Deus.
Deixará
de seguir a lei do menor esforço e terá maior autocontrole,
preferindo cumprir as responsabilidades que tem. Controlará suas
tendências lascivas e passará a ver sua esposa como uma mulher
atraente.
Ao
experimentar a alegria de ver o Espírito Santo usando-o para levar
alguém ao Salvador, perceberá como sua vida anterior era
insignificante.
A
inquietude do sangüíneo será contida pela paz que lhe dá o
Espírito Santo. Em vez de engendrar conflito e desordem, terá uma
influência mais agradável sobre as pessoas.
Uma
vez que é uma pessoa expressiva, sua fé será contagiante.
O
apóstolo Pedro é um ótimo exemplo de um sangüíneo pleno do
Espírito Santo, que, numa pregação, levou três mil pessoas a
Cristo.
O
colérico pleno do Espírito
O
colérico pleno do Espírito Santo será, infalivelmente, um eficaz
líder cristão. Sua férrea vontade o fará levar a cabo grandes
obras segundo objetivos eternos que seu novo Espírito lhe impõe.
Sua liderança vem mais de sua produtividade ingênita que de uma
inteligência superior.
Por
suas características, o temperamento colérico é que tem mais
necessidades espirituais. E a pessoa com tal temperamento tem que
orar como Paulo: Estou
crucificado com Cristo e já não vivo: é Cristo que vive em mim
(Gl
2:20).
O
amor ao próximo é o dom espiritual que mais destaca a mudança do
colérico. Deixará também a hiperatividade e passará a agir
segundo a sabedoria analítica que o Espírito lhe dá.
Mas
os dons espirituais mais penosamente adquiridos pelo colérico são a
docilidade, a bondade, a paciência e a humildade. Ele tratará
melhor sua esposa, será paciente com as fraquezas alheias e um a
produtivo conquistador de almas.
As
pessoas respeitam o colérico mais porque o temem do que por
admirá-lo. Sua nova personalidade benévola inverterá essa
situação.
Paulo
é, sem dúvida, o apóstolo que melhor representa a mudança radical
do temperamento colérico ao se deparar com Jesus Cristo e aceitá-Lo.
O
melancólico pleno do Espírito
Os
inúmeros talentos do melancólico são enriquecidos e tomados
produtivos pela plenitude do Espírito Santo.
É
o temperamento mais sensível às necessidades da humanidade e
facilmente se colocará à disposição de Deus para fazer algo pelos
que sofrem.
Seu
perfeccionismo analítico e seu trabalho meticuloso suprirá as
necessidades da obra negligenciadas pelos irmãos mais extrovertidos.
E considerará pura alegria ser uma peça na engrenagem do Reino de
Deus.
A
plenitude do Espírito será, para o melancólico, uma perfeita
terapia, quando o faz perder o egocentrismo e preocupar-se com o
próximo.
O
sono, que, para ele era uma tortura, uma vez que sua mente não
parava de analisar e ponderar sobre tudo, agora é tranqüilo e
reparador.
A
fé foi o dom espiritual que acabou com o pessimismo do melancólico
Moisés e acabará com o de todo melancólico.
A
paz e a alegria dadas pelo Espírito Santo surpreenderão o
melancólico, sempre com tendência à depressão, e o farão ser
sempre grato a Deus por essa riqueza inestimável: a descoberta da
felicidade.
O
declarado temperamento melancólico do apóstolo Tomé: Se
não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, não puser o meu dedo no
lugar deles, e não meter minha mão no seu lado, não acreditarei
(Jo
20:25), não impediu que ele se tomasse um pregador do Evangelho do
qual piamente duvidava. Uma vez pleno do
Espírito
Santo, ele levou o Evangelho até o sul da Índia, onde se encontra o
túmulo dele.
O
fleumático pleno do Espírito
A
mudança menos aparente do temperamento pleno do Espírito é a do
fleumático, pois ele, por natureza, é calmo, cordato, pacífico e
alegre.
O
Espírito Santo o ajudará a vencer o medo e a falta de motivação.
Sairá também de sua concha de autoproteção ao dedicar-se ao
serviço da obra de Deus.
A
bondade e docilidade do Espírito Santo eliminam o egoísmo do
fleumático, tornando-o generoso.
Um
exemplo bíblico do fleumático que lança fora todo o medo pelo
Espírito Santo é Abraão, que, por duas vezes negou sua esposa,
fazendo-a passar por sua irmã, com medo de morrer, e, hoje, é
considerado um exemplo de homem de fé, tanto que é chamado Pai "da
fé.
CONCLUSÃO
Por
tudo o que foi exposto e pelos exemplos citados, vemos que as
mudanças em nosso temperamento, a vitória sobre nossas fraquezas,
exigem um incansável esforço de nossa parte e um tempo razoável,
de acordo com o número de anos em que vivemos segundo nosso
temperamento ingênuo e com a nossa disposição de ler e ouvir a
Palavra de Deus, de negarmos á nós mesmos e de nos colocarmos
humildemente sob a orientação de Deus e Seu Santo Espírito.
FIM
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