3 de maio de 2011

Será que abandonei meu filho?

Fonte: UFMBB


Viemos de um tempo em que abandonar filhos era deixá-los na maternidade, na porta dos outros, na praça e até na lata de lixo. Mas ao refletirmos sobre o relacionamento entre pais e filhos atualmente verificamos muitas outras formas de abandono.
Antigamente uma das maneiras dos pais disciplinarem seus filhos era os mandando para o quarto a fim de que pensassem em seus atos, permanecem ali "conectados" com as regras num aprendizado quase que forçado do que é certo, errado, quem manda, quem obedece, quem pede desculpas e quem perdoa. Quando o quarto representava nessas ocasiões uma prisão.
Hoje deixá-los no quarto é abrir a porta para a liberdade, é deixá-los conectados com o mundo, com outras regras, com as não regras via TV, telefone, Internet porque os quartos de hoje costumam oferecer muito mais do que a sala. Oferecem a possibilidade de uma outra sala (virtual), quase que uma outra família, onde o bate-papo se faz sem cobranças, sem censuras, sem limitações, com aceitação.
A era da informatização, facilitada pelo mundo moderno, faz com que o abandono tome forma, corpo e força. E é impressionante como isso reflete lá na frente, quando vemos mães com dificuldade em despedir seus filhos para a profissão, para o casamento, enfim, para a vida; querendo resgatar um tempo perdido, um abraço que não foi dado, um cuidado não dispensado.
Enquanto os pais estão "desconectados" diante da TV ligada, sem se ligarem na enorme distância existente entre o mundo deles e de seus filhos, eles (seus filhos) estão encontrando aconchego, conselhos, cumplicidade, fazendo compras, se atualizando, rindo, chorando, brigando, fazendo as pazes, amando, enfim, tendo suas necessidades supridas através do simples toque do teclado. Então, para que o toque, o cheiro, o abraço?
Essa distância ofusca a hierarquia familiar, pois os pais abandonam o lugar de pai, de mãe, de quem educa, de quem repreende, de quem ama. E culpados, quer seja pelo trabalho, estudos, outros compromissos ou até mesmo pela dificuldade de assumir seus papéis de pais, tornam-se cada vez mais permissivos; abrem mão de seus lugares e com isso sugerem aos filhos o abandono do seu lugar de filhos também. Que sem proteção, sem saber o que fazer, o caminho a seguir fazem besteiras, quebram a cara, sofrem, ficam despedaçados, morrem!
Muitos pais não querem ver, mas dentro de casa seus filhos estão agindo como mortos-vivos, sem viço, vigor, alegria. (É só olhar em seus olhos quando chegam em casa ao amanhecer depois de passarem a noite fora. Sabe-se lá onde ou com quem). Refugiam-se no quarto. No lar doce lar! Ou será amargo? Só os pais não vêem. Não querem ver que perderam seus filhos. Perderam ou deixaram ir? Deixaram ir ou abandonaram?
"Estou perdido sem pai nem mãe (...) Estou pedindo só um pouquinho de proteção ao maior abandonado (...)" - trecho de uma música cantada por muitos.
Está na hora dos pais viverem a conversão. A conversão de seus corações aos filhos. "E converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição" (Malaquias 4. 6). Está na hora de encontrar a conversa prazerosa, o jeito de se comunicar nesta era tão louca, tão rápida, tão moderna, sabendo fazer um link entre a sua história e a história de seus filhos, lembrando-se de que telegrama agora é e-mail, que VHS é DVD, que datilografar é digitar, que não é naum, e você é vc, mas que pai é pai, mãe é mãe, e filho é filho em todo tempo, pois nesse tipo de relacionamento não existe "ex" – seu filho nunca deixará de ser seu filho.
Este é o tempo de ficar no portão, como o pai do filho pródigo, abrir os braços, e dizer ao seu filho que está feliz com o retorno dele; se alegrar com a presença dele; amá-lo além das palavras, com atos e em verdade. (Ler João 3.18).
 

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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