13 de janeiro de 2010

Estudo Cristo, a razão para fazer missões

“Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23)
Pr. Tomé Antônio Fernandes – missionário da JMM
Introdução
Cristo é, realmente, único como
Deus e Salvador? Dizer que só Jesus
salva é entendido como uma mensagem
de intolerância e arrogância. A
afirmação “Jesus é Senhor” foi anunciada
num contexto de pluralismo
do Império Romano, caracterizado
pelo helenismo, judaísmo e deuses
romanos.
“Quem Deus é” influenciará e determinará
o conteúdo e método da
missão cristã. A unicidade de Cristo
não é algo que nós reivindicamos,
mas algo que Ele reivindicou para Si
mesmo (veja João 14.6, 8.12, 11.25,
10.36, 5.17-18). Apresentamos e
defendemos unicidade para Cristo,
e não para o cristianismo e suas
formas institucionalizadas. O que
é único acerca de Jesus Cristo? Por
que missões?
1) A razão para a ação
missionária do cristão e igreja
A singularidade da pessoa de Jesus
Podemos dizer que Cristo é
único em seu nascimento, em seus
ensinos, em seus milagres, em sua
vida peculiar, em sua morte, em sua
ressurreição e em sua ascensão. Sem
dúvida, a vida de Jesus e seus ensinos
foram singulares. Desafiou seus
oponentes com uma pergunta (veja
João 8.46). Sua pureza moral deixou
seus inimigos sem ação. Devido a
sua impecabilidade, Jesus é o nos-
Estudo Cristo, a razão para fazer missões
“Faço tudo isso por causa do evangelho, para também ser participante dele” (1Co 9.23)
Pr. Tomé Antônio Fernandes – missionário da JMM
so advogado (1João 2.1 e 3.5), e foi
um cordeiro sem mácula (1Pe 1.19,
2.22-24, 2Co 5.21). Os seguidores de
outras religiões, certamente, encontrarão
paralelos em seus profetas e
escritos acerca dessas áreas.
No entanto, há algo sem paralelo
na história humana e das religiões. É
a pessoa de Jesus. O Evangelho não
é simplesmente uma ideologia, um
corpo de doutrinas ou um conjunto
de códigos, regras, regulamentos. O
Evangelho não é uma proposta humana.
Se assim fosse, seria mais um
sistema religioso em pé de igualdade
com o islamismo, budismo, hinduísmo,
espiritismo e outros “ismos”.
O Evangelho é uma Pessoa. Pessoa
que é o Criador do mundo. Cristo
é Eterno. Não tem começo e não
tem fim. Faz parte da harmonia da
essência de Deus na Trindade. Ele é
a Palavra pelo qual Deus construiu o
mundo. Veja Gênesis 1. Essa Palavra
se fez carne em Belém, no 1º Natal
(João 1.1-14). É uma Pessoa singular.
Não tem paralelo na história religiosa
e humana. Ele é ontologicamente
peculiar. Tinha duas naturezas
em uma só personalidade. Por isso,
só Jesus é “o caminho, a verdade e
a vida” (João 14.6). A sua ontologia
explica a sua unicidade em matéria
de salvação. Só Ele podia unir Deus e
o ser humano, antes separados pelo
pecado. A realidade das duas naturezas
de Cristo, e a consciência do
Deus Trino, não são fruto de especulação
humana, de mentes místicas
e desengajadas da história, mas resultado
da revelação de Deus. Nosso
conhecimento de Deus é um conhecimento
revelado. A Bíblia não é
um livro acerca das religiões, mas o
registro da atividade da revelação de
Deus na história. A grande mensagem
de Jesus não foi somente sobre
o amor ou sobre a paz. Ele falou disso
e de outros temas cruciais. Sua grande
mensagem foi Ele próprio. Neste
sentido, é peculiar. “Cristo pregou-se
a si mesmo”. Veja as grandes afirmações
no Evangelho de João sobre o
“Eu Sou” – a luz do mundo, o pão
da vida, a videira verdadeira, a ressurreição
e a vida entre outros. Veja
Mateus 11:28: “Vinde a MIM…e Eu
vos aliviarei”. Ele é o Rei que tem dignidade,
Único em pessoa e, também,
na missão e nos ensinos. Uma cristologia
baseada na doutrina da Trindade
é a base da reivindicação cristã
para a unicidade e universalidade do
evangelho de Cristo.
2) O escopo da ação
missionária
Seja co-participante do Reino,
proclamando Jesus aos confins da
Terra
Ação missionária é estar envolvido
com o amor de Deus pelo
mundo. Paulo se envolveu apaixonadamente
com o plano de Deus na
história. A Igreja em Corinto foi resultado
desta ação missionária. Paulo não insistia em seus direitos, caso
isto fosse um tropeço ao Evangelho
(confira 1Coríntios 9.1-15). Na parte
seguinte do texto, em 1Coríntios
9.16-27, o assunto é a missão. Missão
denota propósito, alvo e sentido de
vida. Ligado à missão, os versículos
19 e 20, enquadravam-se dentro da
lei judaica a fim de ganhar os judeus.
Contudo, seu alvo era muito mais
amplo. Ganhar, também, os gentios
(9.21). Não mandava os pais gentios
circuncidarem seus filhos (9.22). No
verso 23, Paulo diz que fazia tudo
isso por causa do Evangelho para ser
co-participante dele.
Paulo apresenta aqui o modelo
encarnacional como método de
testemunho. Por cinco vezes Paulo
usa a expressão “tornei-me”. Seguiu
o exemplo de Jesus, que “se fez carne
e habitou entre nós” (João 1), e
se fez “escravo de todos, judeu para
com os judeus, para os da Lei como
se estivesse sujeito à Lei, para os sem
Lei tornei-me como sem Lei e fraco
para os fracos”. O escopo da missão
de Paulo era bem amplo.
A paixão de Paulo era de glorificar
a Deus sendo co-participante
do progresso e extensão do Reino
(1Coríntios 9.23 e Colossenses
1.24). Daí as ênfases: “ai de mim
se não pregar o Evangelho” (9.16);
“tornei-me” para com os judeus, um
judeu; “assim corro .... assim esmurro...”.
A mensagem de Jesus é de exclusividade
ideológica, mas não sociológica.
O Evangelho é para todos
os povos, nações, tribos e línguas.
Glorifique a Deus sendo coparticipante
na extensão do Evangelho
de Cristo de diversas maneiras.
Que “para o louvor de Tua glória,
vem Senhor, Tua história escrever
através de nossa vida”, seja a nossa
oração.
Conclusão
A universalidade do Evangelho é
por causa da singularidade da pessoa
de Cristo. Não existe possibilidade
de salvação sem Cristo (João 14.6,
Atos 4.12, 1Timóteo 2.5-6). Temos
de entender que Evangelho do Reino
é uma coisa e Religião, qualquer que
ela seja, é outra coisa. O Deus das
Sagradas Escrituras é o Deus Trino,
centralizado em Jesus Cristo, onde
a encarnação, cruz e ascensão possuem
um caráter decisivo universal.
Preguemos o Evangelho. O ser
humano e o mundo precisam conhecê-
Lo. O que é de real valor na vida e
existência humana é o conhecimento
de Deus que vem pelo Evangelho.
Sem isso, a vida e a história são trágicas
e redutoras. Foi Jesus quem perguntou:
“que adianta o ser humano
ganhar o mundo inteiro e perder a
sua vida?”. Contudo, antes de pregar
precisamos entender quem é Jesus e
sua singularidade. Levemos Cristo e
o Deus das Sagradas Escrituras aos
extremos da Terra!

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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