Religioso teria reagido a assalto quando grupo de fiéis fazia orações em Felipe Camarão. Suspeito morreu pouco depois
No dia em que completava 49 anos, o pastor evangélico Edmilson Batista de Melo decidiu reunir-se com outros 23 fiés da sua igreja e levá-los para orar em um morro do bairro de Felipe Camarão, por volta das 0h de ontem. Ele acabou sendo morto após reagir a um assalto sofrido pelo grupo, já por volta das 2h30. Segundo o coronel PM Francisco Araújo Silva, comandante do policiamento metropolitano, suspeita-se de que um dos participantes no assalto, identificado como José Maria da Costa e Silva, 21, foi morto ainda na madrugada de ontem, após se envolver em uma briga em uma festa no bairro.
A esposa do pastor, Marinete José de Melo, explicou que Emilson (no retrato) costumava fazer vigílias com fiéis |
Marinete José afirma que não conseguiu ver os rostos dos assaltantes. "Eles foram empurrando os nossos rostos no chão e pisaram nas costas de todo mundo. Eles também deram coronhadas nas cabeças dos irmãos. Eles foram muito cruéis conosco". Ela conta ainda que, depois que os bandidos recolheram o material, passaram a mexer com sua filha. "Eles ficaram levantando a saia dela. Achamos que eles queriam-na estuprar. Meu marido, ao ver isso, ficou de pé e bateu em um deles. Foi aí que atiraram".
O tiro atingiu o pastor na cabeça. Outras três pessoas foram atingidas, sendo Maria José Silva da Costa, 40, por um tiro na coluna; seu esposo, José Maria da Costa, 40, no antebraço; e Emissandra Freire de Oliveira, 42, atingida no joelho direito. A esposa de Edmilson de Melo conta que, após os disparos, um do grupo da igreja conseguiu descercorrendo do morro e pedir socorro. Com isso, os três assaltantes decidiram fugir. "Vamos embora, que sujou. Vão chamar alguém, foi o que disseram", conta.
Os próprios fiéis socorreram o pastor, levando-o de carro para o Hospital Walfredo Gurgel, mas ele não resistiu aos ferimentos. Os demais feridos foram levados pelo serviço de atendimento móvel de urgência (Samu) e recuperam-se bem. Marinete José diz que todos os membros da igreja estão muito abalados com o acontecido. "Sempre fazíamos esse tipo de trabalho e íamos sem medo, pois nada acontecia". O caso será investigado pela 14ª delegacia de Felipe Camarão.
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