Os batistas brasileiros não podem se omitir do envolvimento com a resolução das chagas sociais do Brasil, esta é a resolução a que logo se chega após uma conversa com a coordenadora de ação social da Convenção Batista Mineira (CBB), Rosilene Nazar. Rosilene, que além disso administra a Rede Batista de Ação Social (Rebas), também fala nesta entrevista exclusiva a O Jornal Batista sobre o trabalho realizado até aqui nesta área pelos batistas brasileiros e expressa a sua esperança de que o mesmo alcance um melhor desenvolvimento a partir de agora, com a chegada do pastor Mark Greenwood ao Departamento de Ação Social da CBB. O Jornal Batista - De que forma os batistas brasileiros têm se posicionado diante da realidade social do Brasil? Rosilene Nazar - Através do Conselho Geral da Convenção Batista Brasileira (CBB) temos nos posicionado a respeito de alguns assuntos, como por exemplo o manifesto sobre a liberdade de expressão e orientação sexual do povo brasileiro. Entretanto, isto é muito pouco diante de temas tão importantes e gritantes que têm atingido as nossas igrejas, como: Violência contra a mulher, pedofilia e exploração sexual de crianças e adolescentes. Temos alguns políticos (vereadores e deputados) batistas que não têm compromisso com a verdade e justiça, pois não têm se posicionado diante de tanta corrupção. Sendo realista, entendo que os batistas brasileiros serão cobrados por Deus por não serem "sal e luz" diante do nosso país. OJB - Na sua percepção, este posicionamento têm atendido às carências existentes atualmente? Por que? Rosilene - O nosso posicionamento não tem feito nenhuma diferença. Hoje, no Brasil, vivemos tempos de corrupção, privilégios, fraudes, impunidade, falta de informação nos órgãos públicos, manipulação de dados, violência policial e desrespeito aos direitos humanos, diante deste quadro temos sido omissos. Esta omissão permite aos governantes que, em nosso nome, façam e deixem acontecer desmandos e políticas que favorecem as eles e a seus grupos. O cidadão, inúmeras vezes, não goza dos seus direitos que estão na Constituição. Pouquíssimo tem sido feito por nós batistas para a mudança deste quadro através de informações e capacitações. OJB - No seu entendimento, que princípios devem nortear um trabalho profícuo na área de Ação Social? Rosilene - Os princípios bíblicos e os princípios que se encontram na filosofia da CBB, que diz: "A ação social dos batistas brasileiros expressa e busca cumprir os propósitos do Reino de Deus na sociedade com o objetivo de propiciar condições para a plena realização da pessoa humana em relação a si mesma, ao próximo, à natureza e a Deus. Constituem-se fundamentos da ação social dos batistas brasileiros: As Escrituras apóiam a posição de que o dever do crente de amar inclui as dimensões sociais bem como as espirituais; a convicção de que as Escrituras ensinam a responsabilidade social de proteger vidas inocentes e carentes, mas também exorta a que o bem seja feito a todos, principalmente aos domésticos da fé; a crença de que a ação social desafia os próprios crentes e igrejas batistas a assumirem e viverem sua responsabilidade social a fim de serem modelos para a sociedade e uma alternativa para o mundo”. OJB - O que é a Rebas? De que forma ela funciona e se relaciona com a igreja local? Rosilene - Em 2003, na Assembleia da CBB, a Câmara de Ação Social foi extinta e ficamos sem um espaço. Na 84ª Assembleia da CBB, em Belo Horizonte, em 2004, 40 convencionais de 8 estados reuniram-se no dia 20 e janeiro e decidiram então criar a Rede Batista de Ação Social (Rebas). Este grupo foi criado na internet para todos os batistas terem um espaço para compartilhar experiências e promover uma melhor integração nacional entre pessoas envolvidas na área de ação social das igrejas ligadas à CBB. A Rebas esteve reunida em Florianópolis e, através da mobilização e de um abaixo assinado, conseguiu aprovar no Regimento Interno o Comitê Consultivo de Ação Social. Em Brasília conseguimos a criação da Câmara de Ação Social. Depois de 6 anos de oração e luta, Deus levantou o pastor Mark Greenwood para estar à frente do Departamento de Ação Social da CBB. OJB - Como é a sua experiência no campo de Minas Gerais? O que deu certo? O que ainda pode melhorar? Rosilene - Trabalho há 14 anos no Comitê de Ação Social da Convenção Batista Mineira. Tem sido desafiador. O nosso trabalho é de sensibilização, assessoria e capacitação nas áreas de Responsabilidade Social, Implantação de Projetos Sociais, Terceira Idade, Direitos e Políticas Públicas, etc. Temos publicado manuais com diversos temas como maneira de assessorar as igrejas e seus membros. Atuamos em parceria com Juventude, Homens, Mulheres, Educação Religiosa e Missões em diversos projetos: Famílias da Fé, Aconchego, Vida em Abundância, Geração Compromisso e Projeto Neemias - Reconstruindo sonhos dentre outros. OJB - É possível pensar em evangelização sem uma atuação na área social? Por que? Rosilene - A Evangelização sem o social não é bíblica, pois Jesus andou por toda parte fazendo o bem (Atos 10.38). Jesus nos deu exemplo de que a obra tem que ser completa. Em Minas as nossas frentes missionárias que mais têm crescido são justamente as que se envolvem com as políticas públicas. Os nossos missionários têm um atuação junto aos conselhos municipais de criança e adolescentes, assistência social, educação, segurança pública, dentre outras formas de participação da sociedade civil. Estas instâncias de participação abrem uma grande porta para a evangelização. FÁBIO AGUIAR LISBOA Editor de OJB FONTE: PORTAL CBB |
5 de abril de 2010
“Evangelização sem o social não é bíblica”
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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14
João 4:14
E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
Apocalipse 22:17
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