5 de abril de 2010

Qual o papel da Convenção Batista Brasileira?







Apesar de parecer óbvia, a questão que dá título a este texto habita na mente de muitos dos membros das igrejas batistas de nosso país, principalmente dos mais jovens. Com o intuito de sanar esta e outras questões envolvendo o universo da Convenção Batista Brasileira (CBB), OJB inicia hoje uma série de reportagens especiais sobre o assunto.
Para falar sobre a CBB, OJB conversou com o diretor executivo desta organização, o pastor Sócrates Oliveira de Souza, que há 7 anos tem a incumbência de viabilizar, através da CBB, a realização de ações que os batistas brasileiros consideram necessárias.Segundo o pastor Sócrates, o primeiro ponto que deve ficar bem claro é que a CBB não é a denominação, mas é um órgão da denominação. “A denominação não é a Convenção. Na verdade, a denominação é a reunião de todas as igrejas batistas que temos no Brasil, e estas igrejas, em 1907, se reuniram e criaram uma organização chamada CBB. Ou seja, a CBB é uma organização da denominação para manter a denominação organizada no Brasil”, afirma.
O diretor executivo da Convenção também deixa claro que a CBB é uma organização jurídica, de direito privado, à qual as igrejas se filiam para atenderem às suas necessidades. “Além disso, é importante salientar que a CBB representa as igrejas junto aos poderes constituídos e junto à sociedade de um modo geral”, declara.
Missão da CBB
Segundo o pastor Sócrates, a missão da Convenção é atuar de forma tal que as igrejas possam realizar a sua missão como igreja local. “O grande desafio que temos como batistas brasileiros é ganhar o Brasil para Cristo. Eu diria que esta é a missão bíblica da CBB. Entretanto, a Convenção não faz isto. Porém, ela incentiva e fortalece as igrejas a fazerem isto. Ela produz materiais e produz estratégias para que as igrejas atinjam este desafio maior”, afirma.
Para deixar ainda mais claro qual é a missão da Convenção, o executivo cita o termo de fundação da mesma, que foi produto da união dos esforços de missionários americanos e pastores que se inspiraram na experiência que tinham dos Estados Unidos. Este documento fala aproximadamente o seguinte: “Nós, batistas brasileiros, reunidos na cidade de São Salvador, decidimos criar uma organização que possa promover o trabalho batista, para manter a fraternidade e fazer missões no Brasil e no exterior”.
Este texto evidencia que a CBB é, desde a sua gênese, uma organização que tem o papel de manter a fraternidade e promover a cooperação entre as igrejas, além de buscar promover a evangelização tanto no Brasil como em outros países do mundo.
O pastor Sócrates também afirma que outra atribuição de grande importância da Convenção é a de ser a guardiã das igrejas. “Algumas pessoas costumam dizer que a CBB é a caudatária das igrejas. É ela que guarda os princípios, os valores, os documentos e a doutrina das igrejas batistas do Brasil”, explica.
Além disso, a Convenção tem importância no âmbito social e político, pois ela pode representar as igrejas perante os poderes públicos. “Por exemplo, uma igreja que vai diretamente ao Poder Judiciário pode encontrar alguma dificuldade de alcançar seu objetivo. Porém, por sua representatividade, a CBB já foi recebida por ministros de Estado, que entendem o que a Convenção representa”.
Atuação da Convenção
A CBB tem uma forma própria de atuar. Ela funciona através de organizações executivas, que se dedicam a diferentes áreas. “Estamos divididos da seguinte forma: Área de Missões, Área de Educação, Área de Educação Religiosa e a Área de apoio à igreja e Ação Social. A Convenção é quem faz o trabalho, mas através, por exemplo, da Junta de Missões Nacionais da CBB”, diz o entrevistado.
Na área de missões, a Convenção se organiza através de suas duas juntas, a de Missões Nacionais, que trabalha em todo o território brasileiro, e a de Missões Mundiais, que tem o mundo como seu campo.
Já a área de educação religiosa é promovida pela União dos Homens Batistas do Brasil (UHBB), pela União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB) e pela Juventude Batista Brasileira (JUMOC). Estas organizações contemplam diferentes grupos etários e de gênero, o que permite a realização de um trabalho que alcance melhores resultados.
O pastor Sócrates também destaca a existência de inúmeras organizações auxiliares, “que reúnem diáconos, que reúnem pastores, que reúnem esposas de pastores e que reúnem músicos para promoverem uma série de atividades como congressos, simpósios e a produção de materiais”.
Além disso, ele afirma que a CBB tem uma área de educação religiosa, que por muito tempo foi a chamada de Junta de Educação Religiosa e Publicação (JUERP). “Hoje este trabalho é realizado através do Departamento de Educação Religiosa (DER) da Convenção. Este órgão tem a responsabilidade de produzir lições e textos e assessora as igrejas na área de Educação Religiosa, além de distribuir textos e literatura. Enfim, ele deve criar conteúdo para atender às necessidades das igrejas para ajudar a manter os princípios doutrinários das mesmas”, explica. Neste momento, o Comitê de Educação Religiosa está na fase final da elaboração do Plano Diretor de Educação Religiosa, que visa substituir o antigo projeto da JUERP.
Enfim, ele afirma que é importante para a igreja o fato de a Convenção sistematizar os programas de formação teológica, os programas de educação religiosa, os programas de comunicação, os programas de ação social, os programas de mordomia, ou seja, os programas de fraternidade e cooperação, de evangelismo e missões. “Ações que muitas igrejas não podem realizar sozinhas”, diz.
É importante salientar que todo este aparato está disponível para a igreja. Segundo o pastor Sócrates, isto acontece porque “a CBB é serva da igreja. Se uma igreja tem a necessidade de fazer o seu estatuto, a CBB tem o modelo adequado de acordo com o novo Código Civil”.
“Caso uma igreja precise definir um padrão de doutrina, ou aferir um padrão de doutrina, a CBB tem a documentação necessária para aferir este padrão de doutrina a partir da ‘Declaração Doutrinária da CBB’. É importante destacar que quando uma igreja se filia ela tem que colocar em seu estatuto que ela observa fielmente a ‘Declaração Doutrinária da CBB’. Ou seja, ela vai seguir estes princípios doutrinários que norteiam os batistas brasileiros”, declara.
Todo este material está disponível para a igreja local. A forma de chegar à CBB pode ser através das convenções estaduais, através das associações ou de forma direta. “Basta a igreja entrar em contato com a sede da CBB para receber estas informações”, explica o executivo.

Confusão de papel
Porém, o que explica tamanha confusão das pessoas com relação ao entendimento do que é o papel da CBB? Na opinião do pastor Sócrates isto acontece porque há falta de informação sobre o assunto: “Nós, a liderança, a direção executiva da convenção, precisamos ser mais ágeis na informação. Além disso, as lideranças das igrejas locais também precisam passar estas informações para os crentes novos”.
“As gerações mais antigas, que nasceram nos anos de 40 a 60, conhecem bem a estrutura, pois cresceram participando de organizações como Embaixadores do Rei e uniões de jovens e adultos. O modelo eclesiástico adotado atualmente por muitas igrejas faz com que um grande número de pessoas chegue até mesmo a desconhecer completamente o funcionamento denominacional. Há muitas pessoas que imaginam que a igreja da qual é membro funciona de forma isolada. No entanto, não é. Esta igreja é fruto de todo um trabalho. Foi organizada por outra igreja, em um trabalho de expansão do Reino de Deus. Precisamos melhorar neste processo de ensinar, de informar, tanto a Convenção na sua parte funcional como todos os líderes em suas igrejas locais. Infelizmente, há alguns líderes locais que não deixam as informações relacionadas à Convenção chegarem aos membros de sua igreja. Acho que fazem isto até como uma forma de manterem alguma forma de domínio sobre aquela congregação, sobre a sua comunidade. Estas pessoas não multiplicam as informações denominacionais, não usam a literatura que é produzida pela denominação e não divulgam O Jornal Batista. Informações como as da Assembleia e de projetos missionários não chegam às igrejas, muitas vezes por negligência de muitos líderes locais”, comenta o executivo.
Estas são as razões, para o pastor Sócrates, de confusões como a percepção de que a CBB manda na igreja e de que a Convenção é a Assembléia da CBB. “Na verdade, a convenção é um órgão que serve a igreja. Já a Assembleia da Convenção é quando nos reunirmos para apreciar o que fizemos ao longo de um ano e também para projetar o que desejamos fazer como denominação nos próximos anos. Estas são confusões muito comuns”.
Desafios futuros
Olhando para o futuro, o diretor executivo da CBB percebe uma série de desafios que devem ser enfrentados para a realização de um melhor trabalho. O primeiro deles é o de formar uma grande rede de informação verdadeira: “Isto é fundamental. Temos a necessidade de que cada líder, cada pastor, forme uma rede de informação, permitindo que a informação chegue a todos os cantos do Brasil. Somos maiores do que sabemos. Temos cerca de 11.800 templos espalhados pelo Brasil, um universo de membros da ordem de 1,3 milhão, mas com uma frequencia em nossas igrejas que ultrapassa 1,7 milhão de pessoas. Muitas destas pessoas não têm muitas informações. Precisamos então elaborar uma grande rede por meio da qual circule esta informação”.
O segundo desafio é a manutenção da fidelidade dos princípios e valores batistas: “Precisamos ser fiéis aos nossos princípios, aos nossos valores doutrinários de liberdade de interpretação da Bíblia e da igreja local ser autônoma em relação a suas decisões eclesiásticas. As igrejas são interdependentes umas das outras. Falamos no ambiente denominacional que uma igreja depende da outra. Esta interdependência precisa ser compreendida e desenvolvida para que possamos alcançar nosso objetivo, que é de evangelização do Brasil e do mundo”.
Por fim, o pastor Sócrates deixa uma instrução para qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de dúvida sobre a CBB: “Caso você tenha qualquer dúvida, procure esta informação na própria Convenção. A CBB, enquanto organização, tem a responsabilidade de passar esta informação, o que, certamente, ajudará na realização de nossa missão”.
FÁBIO AGUIAR LISBOA
Editor de OJB]


fonte: portal da CBB

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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