9 de junho de 2012

DIA DO PASTOR – SUA ORIGEM

DIA DO PASTOR – SUA ORIGEM
Pr. Octavio Felippe Rosa (JB 14/06/1981)
(pesquisa realizada pelo irmão Othon Àvila Amaral)

Temos em nosso poder um recorte de O Jornal Batista de 08/06/1975 com uma nota sobre DIA DO PASTOR da autoria de J.R.P. que assim nos informa:
“Quem teria instituído esse dia? Parece que a idéia não surgiu nos Estados Unidos onde os pastores sempre tiveram muito conceito e influencia. Pelo menos não temos lido nos jornais evangélicos norte-americanos qualquer coisa a respeito de um dia especial consagrado aos pastores. Assim cremos que a idéia é brasileira e que surgiu entre os batistas. Indo um pouco mais longe, julgamos que a iniciativa foi de nossa Junta de Beneficência. Nesse caso, então uma idéia brasileira e batista. Vamos fazer uma pesquisa e depois daremos o resultado a nossos leitores”.
Tivemos o privilégio de trabalhar na Junta de Beneficência da Convenção Batista Brasileira de 03 de março de 1952 a 31 de agosto de 1974; o cargo que ocupávamos era de Promoção e Propaganda.
Naquele tempo a Junta tinha um dia especial chamado “Dia da Junta de Beneficência”, comemorado no 2º Domingo de Maio, sendo esse dia também o “Dia das Mães”; sugerimos então ao Secretário Executivo da Junta – Dr. Antonio Neves de Mesquita que transferisse o dia da Junta para o 3º Domingo de Maio. Nessa ocasião, escrevemos um artigo para O Jornal Batista publicado em 05/05/1955, 8ª página, falando sobre o Dia do Pastor. Estando à frente do Departamento de Promoção e Propaganda da Junta, sentimos que “Dia da Junta de Beneficência” não era um bom nome porque naquele tempo a Junta tinha a fama de ser rica e o pedido que se fazia era de uma oferta especial para a Caixa de Socorros para ajudar os pastores aposentados com pequena aposentadoria e outros que nem aposentaria tinham. Constando a ineficácia do trabalho, sugerimos ao Dr. Mesquita que mudasse o nome “Dia da Junta de Beneficência” para “Dia do Pastor”, visto que tudo girava em torno dos vocacionados para a obra do Ministério da Palavra de Deus. Como o mês de Maio era dedicado às mães, sugerimos, outrossim, que transferíssemos o Dia do Pastor para o 2º Domingo de Junho e este, então seria o mês do PASTOR. O Dr. Mesquita sentiu que a idéia era muito boa e aceitou-a integralmente; desde, então, começamos a promover o DIA DO PASTOR no 2º Domingo de Junho com os seguintes objetivos: levantar uma Oferta generosa para a Caixa de Socorros a fim de que a Junta pudesse ajudar mais e melhor os pastores aposentados de parcos recursos; comemorar o DIA DO PASTOR em cada Igreja Batista, homenageando o Pastor local e os pastores que haviam pastoreado a mesma igreja; e proporcionar, através de tais comemorações, o despertamento de jovens vocacionados por Jesus para a obra do Ministério. Diante deste fato, que é um marco histórico na Denominação Batista Brasileira, afirmamos com humildade que o DIA DO PASTOR originou-se de uma sugestão do signatário destas linhas.
Esperamos e fazemos votos ao Senhor da SEARA que este Dia seja cada vez mais vitorioso em todas as igrejas batistas do Brasil e quiçá do mundo, para o crescimento da gloriosa obra do Ministério da Palavra de Deus.
Hoje muitas outras denominações estão também comemorando o DIA DO PASTOR, o que aumenta a nossa alegria cada vez mais em saber e sentir que a obra de Deus prospera mais e mais em todo o universo.
Na esperança de que o DIA DO PASTOR seja comemorado em todas as igrejas de nossa querida Pátria, a fim de que muitos outros obreiros se levantem para atender a vocação de Deus para a obra do Ministério, continuamos no firme propósito de servir ao nosso Mestre à frente da querida Igreja Evangélica Batista em Botafogo na Cidade do Rio de Janeiro.


A JUNTA DE BENEFICENCIA E O DIA DO PASTOR
Othon Ávila Amaral (JB de 14/06/1981)
(pesquisa realizada pelo irmão Othon Àvila Amaral)


A Junta de Beneficência foi criada em 1928 por ocasião da 17ª Assembléia da Convenção Batista Brasileira realizada na cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal. Era a realização de um grande anseio da Denominação, na época. Seu primeiro Presidente foi o Pastor Francisco Fulgêncio Soren e seu primeiro Secretário-Executivo-Tesoureiro foi o missionário S.L.Watson, substituído, em 1935, pelo Pastor Antonio Neves de Mesquita que ficou na função até 1965.
A Junta surgiu para atender as necessidades dos pastores; para servi-los por ocasião de sua jubilação; para atende-los em suas necessidades; para ampara-los em caso de enfermidades; para amparar as suas viúvas e seus filhos; para dar-lhes um sepultamento digno, quando aprouvesse a Deus chama-los à recompensa eterna. Enfim, nobres princípios sustentaram a criação da Junta de Beneficência da Convenção Batista Brasileira.
Naquela época, à semelhança das outras Juntas, também a Comissão de Parecer que analisou o relatório da Junta de Beneficência relativo ao ano de 1934, sugeriu que fosse criado o Dia Especial da JUBEN:
“Que a Convenção cogite da possibilidade de dedicar um Dia Especial em que as igrejas tirem ofertas para o Fundo de Socorro”(Ponto 4 – Anais página 19).
No entanto passou o ano de 1935 sem que a Junta de Beneficência se valesse da oportunidade que lhe foi dada pela Convenção para promover o seu Dia Especial.
Novamente, na 23ª Assembléia, realizada na cidade do Recife, no templo da Igreja Batista da Capunga, em junho de 1936, outra Comissão de Parecer fortalece a necessidade de se criar o Dia Especial como se lê adiante:
“Que a Junta fique autorizada a escolher um dia apropriado para a propaganda dos seus trabalhos e uma coleta para o Fundo de Socorro” (Anais, Ponto 5, página 31).
Em 1937 surge o Dia Especial da Junta de Beneficência: 2º domingo de maio. Naquele ano no dia 09 de maio. O Secretário-Executivo, Pastor Antonio Neves de Mesquita escreveu na edição d’O Jornal Batista de 22 de abril de 1937:
“...A Junta espera que o SEGUNDO DOMINGO DE MAIO, constitua este ano, pela primeira vez, em nossa história, um dia memorável. Que se façam orações a favor dos obreiros válidos, e que se ore e contribua a favor dos obreiros inválidos e velhos. Uma oferta dada neste espírito há de ser uma benção para o que a dá e outra para o que a recebe”.
Assim surgiu o Dia da Junta de Beneficência. Sobre ele e sobre ela escreveram naquela data artigos vários os pastores Manoel Avelino de Souza, A.R. Crabtree, Antonio Neves de Mesquita, Theodoro Rodrigues Teixeira.
Finalmente, surgiu o Dia do Pastor, em 1951, desaparecendo o Dia da Junta de Beneficência. Por ocasião da 34ª Assembléia, realizada na cidade de Campos, a Comissão que deu parecer sobre o relatório da Junta de Beneficência propôs no item 4:
“Que as igrejas observem o 1º Domingo de maio, e não o 2º como se vinha observando, passando a chama-lo O Dia do Pastor”.
Recusado pelo plenário voltou à Comissão que deu a seguinte redação: “Que as igrejas passem a observar, no 2º domingo de Outubro, o antigo “Dia da Junta de Benficencia”, chamando-o “O Dia do Pastor”. Mais uma vez rejeitado voltou à Comissão que deu seu parecer que foi finalmente aceito: “Que as igrejas observem o 3º domingo de Maio, como o “Dia do Pastor”, isto em lugar do antigo “Dia da Junta de Beneficência” que se observava no 2º domingo do referido mês”.
Criado, pois, no dia 25 de janeiro de 1951, na cidade de Campos, RJ, o DIA DO PASTOR para ser comemorado no 3º domingo de maio. O JORNAL BATISTA de 10 de maio de 1951, no Editorial, assinado pelo Almir dos Santos Gonçalves destacou o Dia das Mães e o Dia do Pastor.
Contudo, o DIA DO PASTOR seria mudado a partir de 1957. Foi a própria Junta que achou bem propor a mudança através do Relatório apresentado à 39ª Assembléia da Convenção Batista Brasileira:
“DIA DO PASTOR – Confessamos o nosso fracasso com as ofertas deste dia para ajudar aos pastores velhos. De um alvo de Cr$ 250.000 cruzeiros, a Caixa recebeu pouco mais de Cr$ 110.000 cruzeiros. Alguns fatores podem ser alinhados aqui. A coincidência deste dia o “Dia do Orfanato Batista do Distrito Federal”, o Dia de Missões Estaduais, em Minas, e sua proximidade com o “Dia de Missões Estrangeiras” que vem em março. Leve-se em conta o pouco interesse de muitos pastores pela sorte de nossos veteranos obreiros. Em vista disso, sugerimos à Convenção a mudança do “Dia do Pastor”, para o mês de julho, 2º domingo. Reconhecemos que este é o mês da Literatura, mas parece-nos não haver conflito entre as duas coisas” (Anais da C.B.B. página 55 – Anexo n.º 7).
A Comissão de Parecer nos itens 4 e 5 externou seu ponto de vista a seguir expresso: “4 – Que a expressão ‘Dia do Pastor’ seja substituída por ‘Dia do Pastor Desamparado’; 5 – Que este dia seja celebrado no 2º domingo do mês de junho”. O plenário rejeitou os referidos itens transferindo-os para a Junta de Beneficência resolver segundo lhe aprouvesse.
No ano seguinte a Junta solicita a Convenção e esta aprova sua petição: “DIA DO PASTOR – O Dia do Pastor continua sendo um ponto a merecer muita atenção. É com as ofertas desse dia que a Junta pode melhorar os auxílios que presta aos muitos obreiros velhos e suas famílias (...) O que não resta dúvida é que a Junta carece de muitos recursos que só podem advir das ofertas do DIA DO PASTOR (...) Assim, voltamos a insistir, que seja pedido à Convenção a mudança deste dia que sugerimos seja no mês de junho pois neste mês não há qualquer campanha financeira, de natureza geral. Sugerimos, pois o SEGUNDO DOMINGO DE JUNHO para o DIA DO PASTOR”.
No parecer da Comissão, que foi apresentado pelo saudoso Pastor José de Souza Marques, no item 3, está escrito:
“Que atendendo as justas ponderações da Junta, em seu relatório, esta Convenção adote o 2º domingo de junho, como o “DIA DO PASTOR”.
O parecer foi aprovado por ocasião da 7ª sessão, da 40ª Assembléia da Convenção Batista Brasileira, realizada no dia 19 de janeiro de1957, no templo da Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte, MG.
Numa justa homenagem a alguns pastores do passado e outros mais relembramos aqueles que sugeriram a criação do Dia Especial da Junta de Beneficência e aqueles que sugeriram a criação do “DIA DO PASTOR”:
Na 22ª Assembléia, em 1936: F.A.R. Morgan (relator), Carlos Rodrigues Silva e Hermes Silva;
Na 34ª Assembléia, em 1951: Hercílio Arandas (relator), Manoel Avelino de Souza e W.C. Harrison.
Na 39ª Assembléia, em 1956: J.F. Rodrigues (Relator); Wilson Regis e Armando Negreiros.
Na 40ª Assembléia, em 1957: Sebastião de Souza (relator), Lourival P. de Melo e José Siqueira Dutra.
As duas primeiras comissões sugeriram a criação do Dia Especial da Junta de Beneficência; a terceira sugeriu a criação do Dia do Pastor, a quarta sugeriu o 2º domingo de junho e a última ratificou o pedido da Junta formalizado através de seu relatório à 40ª Assembléia da Convenção.
Aí estão informações interessantes sobe o “DIA DO PASTOR”.
Oportunamente falaremos sobre os Dias Especiais observados pela Convenção Batista Brasileira.

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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