9 de junho de 2012

RECURSOS PARA A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA



Introdução

Nesta reflexão discutiremos os recursos que toda a igreja tem ao seu dispor para a sua Ação Social.

Para muitos, o sentimento de falta de recursos é um dos receios principais em envolver a sua igreja em ação social. Observando grandes projetos sociais ou os ministérios sociais de igrejas antigas estabelecidas, imagina-se que qualquer trabalho social requer muito dinheiro.

Alguns, através de uma cuidadosa pesquisa bíblica, chegam à conclusão, quase inevitável, que Deus requer que o seu povo cuide das necessidades da sociedade e lute por justiça social, porém esbarram com a pergunta - “tudo bem, mas de onde tiramos os recursos para o trabalho social? Somos uma igreja pobre.” E é verdade, muitas das igrejas da Convenção Batista Brasileira ministram em comunidades de baixa renda, que reflete no rol de membros e no caixa da igreja. Nesse contexto, ação social pode parecer agregar mais um compromisso financeiro, difícil a sustentar.

É por isso que este estudo é tão importante, pois através dele descobrimos o quanto que Deus já tem colocado nas mãos das igrejas para poderem cumprir a Sua vontade no âmbito social, sem precisarem preocupar-se demasiadamente com a questão financeira.

Nós examinaremos em detalhes o capítulo 12 da carta de Paulo aos Romanos, mas para uma consideração inicial não há melhor texto para despreocupar-se com a questão financeira no trabalho do Senhor que Mateus 6.33

Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

Se estivermos engajados na luta pela justiça do Senhor, para que sinais do Seu Reino possam ser vistos aqui na terra como no céu, como então Ele deixará faltar os recursos para este empreendimento?

Reflexão central

Não obstante, já estamos diante de muitos recursos que Deus já nos deu dentro da igreja, que muitas vezes não enxergamos, e nestes recursos que vamos concentrar agora, refletindo especificamente em Romanos 12.3-21 [faça a leitura da passagem agora]

[Nota para o pregador: Nesse momento, engaje os ouvintes em um momento interativo, pedindo que eles mantenham as suas bíblias abertas, e identifiquem quais recursos não financeiros encontramos na passagem, que podem ser empregados na ação social da igreja.

Na medida em que eles identifiquem os recursos listados abaixo, exponha as reflexões relevantes a cada recurso. Provavelmente não haverá tempo para discutir todos os pontos abaixo em uma pregação de culto normal, então faça uma seleção de duas ou três, de acordo com as ideias dos ouvintes.]

Solidariedade (15)         Estar junto no problema já é uma ajuda e dá forças para enfrentar o problema e buscar soluções, tanto a quem está sofrendo, quanto a quem solidariza. [nas áreas de saúde, relações afetivos, abuso, etc.]

Garra, coragem
e paciência (12)              [Neemias 2.1-10; Lucas 18.1-8]
Implantar alguma ação social não é fácil, é necessária paciência na hora de tentar convencer o pastor e membros, descobrir a coisa mais apropriada para a comunidade, pesquisar, esperar resultados...
Neemias nos dá o exemplo de garra e coragem na sua procura de auxílio governamental. Hoje existem dezenas de projetos governamentais e não governamentais através dos quais a igreja pode ser uma benção na comunidade (veja sites como http://responsabilidadesocial.com e www.rits.org.br para algumas dicas).

Oração (12)                       Neemias 1.11 – Neemias orou diante da situação social devastadora da sua nação. Em Atos 6 a igreja orou buscando uma solução pela desigualdade social e racial dentro da igreja. Ao multiplicar os pães Jesus orou...

Hospitalidade (13)         [Hebreus 13.2] Hospitalidade em primeiro lugar é um recurso que valoriza as pessoas – aceitar pessoas na igreja ou em casa, não importa o seu estado ou estilo, é um ato transformador da sociedade. Onde uma pessoa antes foi excluída, ela torna-se aceita e incluída – isso muda muita coisa, elimina muitos dos preconceitos de classe e raciais que causam tantos males sociais.
                                                Em segundo lugar, uma igreja pode hospedar projetos de outras organizações. Abrindo a sua porta para outros pode trazer muitos benefícios. Por exemplo, uma alfabetização de adultos ministrada pela Alfalit; um grupo de AA (ajuda-mutua para alcoólicos); ou um curso de informática em parceria com o Comitê para a Democratização de Informática CDI, etc.

Humildade (10, 16)       Para exercer hospitalidade precisa-se de humildade. Preconceito, o inimigo nº 1 da hospitalidade, só é combatível com humildade. O ato de uma igreja aceitar que não é a melhor coisa montar seu próprio projeto, e então aceitar ser um núcleo para o projeto de terceiros, também requer humildade coletiva, especialmente quando o parceiro não é cristão. Foi isso que Neemias demonstrou (2.1-10).

Comunicação (6-8)        Anunciar a mensagem de Deus (profetizar), ensinar e animar aos outros são todos tipos de comunicação. Comunicação não custa nada, é grátis.
Amós 5.21-24, Provérbios 31.8-9.
Ensinar: Muita ação social pode ser feita ensinando, em cursos que repassam os nossos conhecimentos profissionais e de cidadania.
                                               Animar: 2 Tim 3.16-17

Generosidade (8, 13)     [2 Coríntios 8.1-4, 9-13, capítulo 9, vários versículos.
Deuteronômio 14.22-29, 26.12-15; uso do dízimo.]

Aqui, de certo modo, voltamos para a questão de recursos financeiros.
O fato é que realmente toda a igreja já possui recursos financeiros para ação social, só que não reconhece isso. De acordo com as leis dos dízimos, eles deviam ser utilizados para três coisas: O sustento dos sacerdotes e levitas (pois eles não tinham atividade produtiva para se auto-sustentar), para financiar as festas religiosas em louvor ao Senhor, e para sustentar as viúvas, órfãos e refugiados (forasteiros). É por isso que o profeta Malaquias lamentava a falta de mantimento na casa do Senhor (3.10 – comparar com a questão dos direitos das viúvas e órfão em Malaquias 3.5). Um terço até dos dízimos (Deut 14.28, 26.12) é para as pessoas que não tem outra maneira de sustentar-se.
Toda igreja tem recursos financeiros para ação social, mas talvez não esteja honrando os direitos das viúvas, órfão e forasteiros.

Podemos dizer, então, que não precisamos de fé para receber os recursos para ação social, pois já recebemos tanto do Senhor, precisamos de fé para poder dar generosamente, pois ser generoso requer a confiança que Deus não vai deixar nada faltar para nós.

Conclusão

Agora, com tantos recursos em nossas mãos, torna-se difícil uma igreja usar a desculpa de “falta de recursos” para não engajar-se em ações que podem transformar esta sociedade doentia em que vivemos, assim recusando de participar na construção de um mundo em que todos podem ter vida em abundância.

O que às vezes falta para liberar estes recursos que temos em nossas mãos é o recurso mais importante de todos:

 O amor (9-10)                1 Cor 13.1-3; 1 João 3.16-18;

[Nota para o pregador: nesse momento conte alguma história de uma ação de amor, praticado por uma igreja ou indivíduo que teve um efeito transformador na sua comunidade]


Leia novamente: Romanos 12.8, e logo em seguida,

Repetir Mateus 6.33

Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”


Mark E Greenwood
Fortaleza, 13 de abril, 2009

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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