28 de maio de 2010

O que começou em Belém

A história de Davi começou em um pasto com ovelhas. Cabeças cobertas de lã testemunharam seus primeiros dias. Campos tranqüilos acolheram seus olhos de criança. Antes que as pessoas dessem atenção à sua mensagem, as ovelhas voltavam-se para seu grito. Faça uma fila com os bilhões de criaturas que ouviram a voz de Davi, e os comedores de pasto reivindicarão os primeiros lugares.
A história de Davi começou em um pasto.
Um pasto de Belém. Um pequeno vilarejo repousando nas suaves encostas. O lar dos pastores. A terra dos figos, das azeitonas e das vinhas. Não era exuberante, mas era suficiente. Não era conhecida pelo mundo, mas era conhecida por Deus, que, por suas razões, escolheu Belém como a incubadora deste filho escolhido.
Escolhido, de fato. Escolhido por Deus. Ungido do alto, separado pelo céu. O profeta declarou o chamado. A família ouviu. O rapaz das ovelhas seria um pastor de almas. O menino de Belém seria rei de Israel.
Mas não antes de se tornar o alvo do inferno.
A estrada fora de Belém era escarpada e perigosa. Levou-o a pas¬sar por um deserto cheio de lagartos, uma Jerusalém inflamada; conflito e perigo. Líderes resolveram matá-lo. Seu povo tentou apedrejá-lo. Sua própria família preferiu ridicularizá-lo.
Algumas pessoas o exaltaram como rei, outras o subjugaram. Os portões de Jerusalém viram-no entrar como um soberano e sair como um fugitivo. Ele, por fim, teve uma morte solitária na capital hebraica.
Mas ele está longe de estar morto.
Suas palavras ainda falam. Seu legado ainda vive. Quer o ame ou o odeie, a sociedade continua se voltando para ele, lendo seus pensamentos, refletindo sobre seus feitos, imaginando seu rosto. As Escrituras apresen¬tam poucas frases sobre sua aparência, por isso escultores e artistas têm enchido galerias com suas especulações. Michelangelo. Rembrandt. Da Vinci. Telas. Pedras. Pinturas. Esculturas.
E livros. Livros! Mais páginas foram dedicadas ao prodígio de Be¬lém do que a qualquer outra figura na história. Não podemos parar de falar sobre ele. A areia já preencheu suas pegadas na Judéia milhares de vezes durante milhares de anos — mas ainda nos reunimos para refletir sobre sua vida.
Você sabe quem estou descrevendo.
Sabe, não sabe? O pasto. A unção. O chamado na infância. Os ini¬migos de toda a vida. O deserto. Jerusalém. Judéia. A morte solitária. O legado interminável. Quem é este menino de Belém?
Davi, é claro.
Ou Jesus, talvez.
Ou... os dois?
Liste vários fatos e, em cada um deles, descreva características idên¬ticas de Davi e de Jesus. Surpreendente. Ainda mais idêntico é o fato de que podemos fazer o mesmo com a sua vida. Leia essas verdades e me diga: Quem estou descrevendo? Jesus... ou você?

Nasceu de uma mãe.
Conheceu a dor física.
Gosta de uma boa festa.
Rejeitado por amigos.
Acusado injustamente.
Adora histórias.
Paga impostos com relutância.
Canta.
Afasta-se da religião gananciosa.
Sente muito pelos solitários.
Menosprezado pelos irmãos.
Defende os pobres-coitados.
Fica acordado à noite por conta de preocupações.
Conhecido por cochilar no meio de viagens.
Acusado de ser arruaceiro demais.
Tem medo da morte.

Você?
Jesus?
Os dois?
Parece que você, como Davi, tem muita coisa em comum com Jesus.
Grande coisa? Acho que sim. Jesus entende você. Entende o ano¬nimato da cidadezinha e a pressão da cidade grande. Andou por pastos de ovelhas e palácios de reis. Enfrentou a fome, o sofrimento e a morte, e quer enfrentá-los com você.

Cristo fez-se um de nós para remir todos nós.

Não temos em Jesus um sumo sacerdote que não possa "compade¬cer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericór-dia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade" (Hebreus 4:15,16).
Ele fez-se um de nós. E fez isso para remir todos nós.
As histórias de Davi e de Jesus compartilham muitos nomes: Be¬lém, Judéia, Jerusalém. O monte das Oliveiras. O Mar Morto. En-Gedi. Embora as histórias deles sejam semelhantes, não pense, nem por um instante, que eles são idênticos.
Jesus não caiu com Bate-Seba, não assassinou Urias ou encobriu o adultério. Jesus nunca saqueou uma vila, acampou com o inimigo ou negligenciou um filho. Ninguém acusou o filho mais justo de Belém de poligamia, crueldade ou adultério. Na verdade, ninguém conseguiu acu¬sar Jesus de coisa alguma.
Eles tentaram. Meu Deus! Como tentaram. Contudo, quando seus acusadores o chamaram de filho de Satanás, Jesus pediu que provassem. "Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, por que vocês não crêem em mim?" (João 8:46). Ninguém pôde. Os discípulos viajaram com ele. Os inimigos sondaram-no. Os admirado¬res examinaram-no. Mas ninguém pôde comprovar um só pecado seu.
Ninguém o identificou no lugar errado, ouviu-o dizer as palavras erradas ou viu-o responder da maneira errada. Pedro, três anos na com¬panhia de Jesus, disse: "Ele não comete pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca" (1 Pedro 2:22). Pilatos foi o líder da versão romana da CIA, mas, quando tentou encontrar falta em Jesus, não con¬seguiu (João 18:38). Até os demônios chamavam Jesus de "o Santo de Deus" (Lucas 4:34).
Jesus nunca errou o alvo.
Igualmente surpreendente é o fato de que ele nunca se distancia daqueles que o fazem.
Leia o primeiro versículo do evangelho de Mateus. Jesus conheceu os caminhos de Davi. Testemunhou o adultério, assustou-se com os assas¬sinatos e sofreu com a desonestidade. Mas as falhas de Davi não mudaram a relação de Jesus com ele. O primeiro versículo do primeiro capítulo do primeiro evangelho chama Cristo de "filho de Davi" (Mateus 1:1). O título não traz negações, explicações ou asteriscos. Acrescentei uma nota de rodapé: "Essa conexão, de forma alguma, oferece uma tácita aprovação do comportamento de Davi". Tais palavras não aparecem. Davi foi um desastre. Jesus sabia. Mas, mesmo assim, ele reivindicou Davi.
Ele fez por Davi o que meu pai fez por meu irmão e por mim.
De volta aos nossos dias na escola primária, meu irmão ganhou uma pistola de ar comprimido no Natal. No mesmo instante, montamos um estande de tiro ao alvo no quintal e passamos a tarde atirando contra ele. Cansando-se da facilidade com que acertava o círculo, meu irmão mandou-me buscar um espelho de mão. De costas para o alvo, pôs a arma sobre o ombro, localizou pelo espelho o pontinho preto no estande e fez a melhor imitação de um herói do faroeste. Mas errou o alvo. Também errou o depósito atrás do alvo e a cerca atrás do depósito. Não tínhamos a menor idéia de onde o chumbinho da pistola havia parado. No entanto, nosso vizinho do outro lado da viela soube. Ele logo apareceu na cerca do quintal dos fundos perguntando quem havia atirado com a pistola e quem iria pagar pela porta de correr de vidro.
Nesse momento, fingi não conhecer meu irmão. Mudei meu últi¬mo nome e aleguei ser uma visita do Canadá que viera passar as férias ali. Meu pai foi mais nobre do que eu. Ouvindo o barulho, ele apareceu no quintal, acabando de acordar de sua soneca no dia de Natal, e conversou com o vizinho.
Entre suas palavras estavam as seguintes:
— Sim, são meus filhos.
— Sim, vou pagar pelos erros deles.
Cristo diz o mesmo a seu respeito. Ele sabe que você erra o alvo. Ele sabe que você não pode pagar por seus erros. Mas ele pode. "Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé" (Romanos 3:25).
Uma vez que não pecou, ele pôde.
Uma vez que o ama, ele o fez. "Nisso consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados" (1 João 4:10).

Jesus chama-o de irmão; ele chama-a de irmã.
A pergunta é: você chama-o de Salvador?

Ele se fez um de nós para remir todos nós. "Tanto o que santifica quanto os que são santificados provêm de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos" (Hebreus 2:11).
Ele não teve vergonha de Davi. Ele não tem vergonha de você. Ele chama-o de irmão; ele chama-a de irmã. A pergunta é: você chama-o de Salvador?
Reserve um momento para responder a essa pergunta. Talvez você nunca o tenha chamado. Talvez você nunca tenha sabido o quanto Cristo o ama. Agora você sabe. Jesus não renegou Davi. Ele não irá renegá-lo. Ele simplesmente espera seu convite. Uma palavra sua e Deus fará novamente o que fez com Davi e com milhões como ele: ele irá reivindicá-lo, salvá-lo e usá-lo. Qualquer palavra servirá, mas essas parecem apropriadas:

Jesus, confio minha vida a ti. Quero tornar-te meu Mestre, Salvador e Matador de gigantes. Confio meu coração a ti e entrego minha vida a ti. Amém.

Faça uma oração dizendo essas palavras com um coração sincero e tenha certeza disso: seu maior Golias caiu. Suas falhas foram lavadas e a morte anulada. O poder que transformou os gigantes de Davi em pig¬meus fez o mesmo com você.
Você pode encarar os seus gigantes!
Por quê?
Porque você, antes, se deparou com Deus.

extraido do livra Derrubando Golias de Max Lucado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

whos.amung.us