John P. Sartelle
Introdução:
Ritual Sem Realidade
Estive na grande catedral em Cidade
do México. Embora não fosse domingo, o edifício enorme estava cheio de gente.
Duas filas, aparentemente sem fim, avançavam ao longo dos corredores principais
do santuário espaçoso. Delas vinham um coro ininterrupto de vozes. Cada fila era formada por casais que levam
seus filhos. Centenas de bebês competiam para ver quem podia chorar mais alto!
Enquanto o coro infantil ecoava pelas
paredes da catedral, um casal passava rapidamente diante de um bispo no
final de cada corredor. O bispo dizia algumas palavras e borrifava água sobre o
bebê. Então o casal andava novamente e dava lugar à orgulhosa família seguinte.
Assim o processo continuou dia a dentro
enquanto visitantes, religiosos, paroquianos e casais iam e vinham.
A maioria de nós tem observado, por
vezes, tipos semelhantes de cerimônias
religiosas vazias. Um evento que deveria ter grande importância e significado
termina sendo um ritual sem sentido, praticado somente em função do hábito. Há
pessoas tão acostumadas a isto, que podem fluentemente recitar o Credo dos
Apóstolos enquanto anotam a agenda para as reuniões de negócios da manhã de
terça-feira!
Eu não posso me lembrar de outras
coisas que tenha visto naquele dia na
Cidade do México, mas a procissão ininterrupta de casais com seus bebês ficou
em minha mente como um monumento - um monumento composto de pessoas que se
apressam por um significante exercício religioso sem entendê-lo. Elas
satisfazem suas aspirações espirituais com um ritual sem realidade.
Vamos fazer uma aposta: Se
tivéssemos entrevistado todos os casais enquanto eles saíam da catedral naquele
dia, quantos poderiam abrir a Bíblia e nos explicar por que estavam batizando
seus filhos? Você apostaria que todos poderiam? Você apostaria que a maioria
poderia? Se você conhece essa situação, você apostaria que bem poucos, ou quem
sabe nenhum dos casais realmente poderia explicar o ensino bíblico quanto ao
batismo infantil.
Mas como um protestante, não
ouso criticar os católicos mexicanos no
que se refere à prática de uma cerimônia religiosa sem a sua devida
compreensão. Quantos bebês são batizados todos os anos em nosso país em igrejas
presbiterianas, luteranas, metodistas, reformadas e independentes? Da mesma
maneira que aquela procissão sem fim
marchava pelos corredores da
catedral da Cidade do México, assim inúmeros casais se apresentam perante os
púlpitos de nossas igrejas protestantes para
batizar os seus filhos. Se entrevistássemos todos os casais protestantes que
batizaram seus filhos no ano passado, quantos poderiam abrir a Bíblia e
explicar o que isso significou? Quantos poderiam fazer justiça
ao ensino bíblico básico relativo ao batismo de crianças? O que
disse Jesus? - Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na
trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o
argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho
e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão (Mt
7:3-5).
Você batizou seu filho ou filhos, ou você está prestes apresentá-los
para que recebam este sinal visível de
tão preciosa graça invisível? Nesse caso, você poderia abrir sua Bíblia e
explicar o que Deus diz sobre isso? Você poderia apresentar o que a Bíblia
ensina quanto ao batismo de crianças?
É sobre isso que trataremos. Não é
para o pastor "graduado em Teologia" com três graus atrelados ao seu
nome. É para as pessoas que se assentam nos bancos que não querem participar de
uma cerimônia vazia; é para o membro da igreja que quer deixar o culto no
domingo podendo explicar cada aspecto
dessa fé.
1- Circuncisão, Uma Grande Hereança
Começamos nosso estudo com o caráter
de Abraão, no Antigo Testamento. Talvez você esteja pensando, "O que tem
a história antiga a ver comigo? Eu sou
um crente do Novo Testamento". A resposta é que todos os ensinos do Novo
Testamento têm suas raízes pedagógicas no Antigo Testamento.
Eu tenho um amigo que tem quinhentos
pés de rosas no quintal. É desnecessário dizer que ele sabe muito sobre rosas.
Mas nem sequer ele pode descrever a formação de uma flor sem levar em conta
suas raízes e talo - é onde a história
botânica da flor começa. Assim é a Bíblia. Toda doutrina evangélica tem suas
raízes no Antigo Testamento. Se você quer entender a doutrina do pecado, você
tem que começar com Gênesis. Ou se você quiser entender a beleza dolorosa da
Cruz, você terá que ler o Pentateuco e
os Profetas. Igualmente, se você deseja
saber aquilo que Bíblia ensina sobre o batismo de crianças, você tem que
começar no Antigo Testamento.
Deus salvou Abraão. Em romanos 4,
Paulo explica que a salvação de Abraão foi
pela graça de Deus por meio da fé. Lemos no Antigo e no Novo Testamento,
"Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi
imputado para justiça"/“Vem,
pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre
os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça
(Gn. 15:6; Rm. 4:9). Assim, Abraão é nossa contrapartida do Antigo
Testamento. Da mesma maneira que somos
pecadores salvos pela graça, por meio da fé, ele era um pecador salvo pela
graça, por meio da fé.
Em Gênesis 17:7, Deus chama esta relação
salvadora de "aliança perpétua" - uma aliança de salvação de geração
para geração. O Deus poderoso veio até
as criaturas pecadoras para fazer uma aliança. Deus deu a Abraão um sinal ou
símbolo para marcar aquele relacionamento pactual. Ele disse que Abraão devia
ser circuncidado, e esta circuncisão era um sinal da aliança da salvação: "Circuncidareis a carne do vosso
prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós" (Gn. 17:11).
Agora, isto não é difícil de
entender. Quando um homem e uma mulher se casam, eles fazem uma aliança e dão
um ao outro um anel, como um sinal da
aliança que fizeram. Quando eu olho o anel na mão esquerda da minha esposa, ele
me lembra a aliança que fiz com ela. O anel é mais que um pedaço de jóia
decorativo; é um símbolo do maior penhor que eu posso fazer a outro ser humano.
Da mesma maneira, circuncisão era um
sinal da salvação de Deus para Abraão. Por que Deus escolheu circuncisão? Temos
que admitir que esta é uma escolha incomum para um sinal. Embora não possamos
responder à pergunta completamente, podemos dizer que a circuncisão
provavelmente representava limpeza. Em Isaías 52:1, as palavras
"incircunciso" e "imundo" são sinônimas. Assim, podemos
dizer seguramente que Deus usou um sinal externo de limpeza para denotar
limpeza espiritual interna (Dt. 30:6).
Quando um adulto de fora de Israel
tornava-se um crente, ele devia ser circuncidado. Se sua casa estivesse na
África do Norte e você não tivesse
nascido de uma família judia, quando você viesse a crer no Deus de
Abraão você seria circuncidado (Ex. 12:48).
Passagens no Antigo Testamento identificam esse símbolo com o que ele
simboliza de tal forma que Deus, às vezes,
usa a palavra “circuncisão” no sentido de “salvação”. A pessoa ou
comunidade salva é chamada
"circuncidada"; a pessoa ou comunidade não salva é chamada
"incircuncidada" (Is. 52:1; Ez. 44:9; I Sm. 14:6).
Isso é feito tão freqüentemente que
somos compelidos a perguntar se circuncisão salva a pessoa. A resposta é um
ressonante Não! O argumento da primeira parte de Romanos 4 é que Abraão foi
salvo pela fé, não pela circuncisão. Mas ainda temos que enfatizar que Deus
estabeleceu a circuncisão como um sinal da salvação: "... E recebeu o
sinal da circuncisão como selo da justiça da fé" (Rm. 4:11).
Você provavelmente está pensando,
"Onde isso leva? Se a circuncisão era o sinal de salvação no Antigo
Testamento. O que significa isso para mim? "
Se você continuar lendo Gênesis 17, você achará um extraordinário
mandamento. Deus manda Abraão aplicar este sinal de salvação às crianças
nascidas em sua casa. Isto está surpreendendo no, Século XX, ouvidos
evangélicos. Como o sinal de salvação podia ser aplicado a uma criança que
ainda não tinha crido? Mas aí está: "O
que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações,
tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não
for da tua estirpe" (Gn. 17:12).
Depois consideraremos por que Deus
deu este mandamento. Mas agora, eu só quero que saibamos inequivocamente que:
·
Abraão foi um pecador salvo pela graça por meio da fé.
·
Deus estabeleceu a
circuncisão como um sinal de salvação.
·
O sinal de salvação
seria aplicado às crianças filhas de pais crentes.
Se
tivéssemos vivido no período do Antigo Testamento, como pais crentes, teríamos circuncidado nossas
crianças. Teríamos, assim, aplicado o sinal de salvação às nossas crianças.
Depois de se tornarem adultos, eles poderiam ser questionados por um novo
convertido sobre quando eles tinham sido
circuncidados. Nossos filhos teriam respondido que foram circuncidados quando crianças. Sem
dúvida, o novo convertido teria respondido felizmente: "que grande
herança!”
2 - Batismo, um Novo Sinal
Alguns homens governam com tal
autoridade que suas palavras são atendidas mesmo depois que morrem. Mas de
quantos os mandamentos continuam a ser obedecidos depois de dois mil anos?
Jesus, porém, falou com tal autoridade que o tempo não diminuiu a força das
Suas ordens.
Quando um homem é batizado hoje, ele
está obedecendo a um mandamento dado há quase dois mil anos. Jesus disse aos
Seus discípulos para fazer outros
discípulos e os batizar (Mt. 28:19). Eles tomaram Suas palavras como diretriz.
Assim, quando Pedro apresentou seu primeiro sermão e três mil pessoas creram,
imediatamente os apóstolos começaram a batizá-las. Por quê? Porque isso é o que
Jesus disse para fazer. Se um homem fosse convertido no meio da noite, ele
seria batizado (At 16:33). Se no deserto, seria batizado lá mesmo (At 8:26-40).
Se tivéssemos vivido naqueles dias, que batismos estranhos teríamos observado!
Como uma pessoa é batizada? É
aplicada água ao indivíduo. Não debateremos aqui se a água deveria ser
aspergida ou derramada sobre a pessoa,
ou se o batizando devia ser imergido na água. Mas podemos dizer, com
segurança, que é aplicada água de algum
modo à pessoa. Mas há mais a dizer. A aplicação de água no batismo não é um
banho de sábado à noite ou o lavar das mãos após trabalhar no carro. O batismo
tem que ver com a relação de um homem com Deus. Você pode ter água aplicada a
seu corpo cada dia de sua vida (no chuveiro, nos banhos, lavando as mãos,
nadando, mergulhando, surfando, andando na chuva, lavando pratos, etc.) e ainda não ter sido
batizado. No batismo bíblico, a água é aplicada à pessoa " em nome do Pai,
do Filho, e do Espírito Santo " (Mt. 28:19). Assim, Deus usa um símbolo
externo para denotar uma realidade espiritual interna. Como a circuncisão, o
batismo também é um sinal.
Podemos entender facilmente por que
Deus escolheu água. É um agente universal de limpeza. Ninguém esperaria pó, folhas, ou sucos de fruta para significar
limpeza. Essas coisas não são usadas para limpar nossos corpos. Mas a água é diária e mundialmente
usada como um agente de limpeza. Então, Deus escolheu este limpador universal
para ser um sinal da limpeza espiritual.
O batismo indica que foram removidas
as manchas de pecado do coração: "E
agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados,
invocando o nome dele" (At 22:16).
O batismo também é um sinal da
purificação recebida no novo nascimento: "não
por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos
salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo," (Tt
3:5). Quando nascemos novamente
(somos regenerados), morremos para o pecado, e quando crescemos em nossa nova
vida, vivemos mais e mais em retidão - nossa vida é limpada! Batismo é um sinal
disso.
O batismo significa colocar à parte
para uma vida santa. Da mesma maneira
que utensílios e pessoas foram ungidos
com água ou óleo no Antigo Testamento quando eram colocadas à parte para o uso
santo, assim pelo batismo a pessoa é
ungida e reservada para ser santa.
O sinal de batismo é identificado
tão intimamente com a salvação no Novo Testamento que somos forçados a
perguntar se o batismo salva a pessoa.
Leia estas duas passagens:
· Porque todos quantos
fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes (Gl 3:27).
· E agora, por que te
demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome
dele (At 22:16).
Se tivéssemos somente estes
versículos, pensaríamos que o batismo salva. Há denominações que ensinam isso
hoje. Mas o batismo com água é um sinal
que representa uma realidade, mas não é a própria realidade. Efésios 2:8-9 nos
fala que somos salvos pela graça, não por obras de justiça; e em Romanos 4, já
vimos Paulo refutando esses que diziam que o sinal salva. Temos que dizer
firmemente, “nossos pecados são lavados pelo sangue de Cristo, e nossa vida
torna-se santa pelo novo nascimento”. O batismo é um sinal externo dessa obra
interna da salvação.
À luz desse fato, os versos
seguintes podem parecer surpreendentes. Quando alguém se convertia, não só essa
pessoa era batizada como a sua família
também o era. Lídia, uma empresária de Tiatira, creu no Evangelho, e Paulo
batizou tanto a ela quanto à sua casa. O escritor sai do seu estilo para chamar
atenção para à casa dela (At 16:15). Igualmente, um anônimo carcereiro de
Filipos creu, e foram batizadas ele e a
casa dele (At 16:33-34). E em I Coríntios, Paulo, falando de batizar certos
indivíduos, menciona que batizou a casa de Estéfanas (I Cor. 1:16).
Alguns têm dito que não podemos
provar que havia crianças nessas casas. Porém, assumir que estas casas, junto
com as outras casas batizadas na área mediterrânea inteira, não tinham nenhuma
criança é uma presunção que beira o preconceito. Podemos dizer que os batismos
domésticos mencionados foram somente aqueles que em cada caso os convertidos
não tinham crianças e que seus servos também não tinham crianças?
Quando o Evangelho do Novo
Testamento começou a influenciar o mundo, quando Paulo e Pedro lideravam as
pregações, a mensagem deles não era menos
graciosa e abrangente que a mensagem de salvação de Abraão em Gênesis 17. Havia
um novo sinal, mas os pais crentes tinham a mesma responsabilidade e bênção que
Abraão. Eles batizavam suas crianças como uma grande herança, como Isaque.
3 - Circuncisão, Sinal Cumprido Pelo
Batismo
Deus sempre termina o que Ele
começa. Ele cumpre os Seus votos, cumpre Suas promessas, e nenhuma delas se
perde. Eu vi uma mensagem incomum recentemente na camiseta de um jovem:
"Seja paciente; Deus ainda não concluiu Sua obra em mim". Com que
freqüência sentimos desse modo. Um dia nosso Senhor retornará, e seremos
transformados. Nenhum vestígio de pecado permanecerá em nós. Deus completará
Sua obra salvadora.
Quando olhamos a vida de Jesus,
O vemos completando e cumprindo muitos
votos e promessas do Antigo Testamento. Muitos de nós erramos pensando que Cristo contradisse ensinos do Antigo
Testamento. O Seu Sermão do Monte foi, de fato, a maior mensagem apresentada
sobre a Lei e os Profetas. Como Cristo vê a Si próprio e o Seu ministério em
relação ao Antigo Testamento?
· Não penseis que vim
revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em
verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
passará da Lei, até que tudo se cumpra (Mt 5:17-18).
Longe de negar ou contradizer o Antigo Testamento, Ele completa-o
e cumpre-o. Embora algumas de Suas obras ainda não tenham sido completadas,
muito delas foi completamente realizado em Sua vida, morte, e ressurreição.
Foram oferecidos sacrifícios
continuamente ao longo do Antigo Testamento, mas quando Jesus como o Cordeiro
de Deus foi oferecido no Calvário, todos os sacrifícios chegaram ao fim. Os
sacrifícios animais eram símbolos de Cristo e apontavam para diante, para Ele.
Quando Ele veio e morreu pelo nosso pecado, não havia mais qualquer necessidade
de oferecimento de animais.
Na noite da Páscoa, quando os judeus
se lembravam de como Deus livrou-os do anjo da morte, eles comiam o cordeiro da Páscoa. A véspera da morte de
Cristo deu-se em uma dessas ocasiões e Ele comeu o cordeiro simbólico com os
Seus discípulos. Depois da ceia Ele lhes deu o pão e disse que isso representava o Seu corpo partido por
eles, e o vinho, representando o Seu
sangue derramado por eles. Da mesma maneira que eles comeram o cordeiro da
Páscoa no Antigo Testamento, agora eles
participavam do Cordeiro de Deus oferecido pelos pecados deles. Assim, a Ceia
de Senhor cumpriu e tomou o lugar da Ceia da Páscoa.
Exatamente do mesmo modo, o batismo
toma o lugar da circuncisão como o sinal de salvação.
Considere as seguintes três perguntas
à luz dos capítulos precedentes:
1.
Quando uma pessoa
cria no Deus de Abraão e confiava nEle no Antigo Testamento, o que acontecia? Ele era circuncidado.
2.
Qual era o símbolo
externo que representava o coração limpo no Antigo Testamento? Circuncisão.
3.
Qual era o sinal
externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de crentes do Antigo
Testamento? Circuncisão.
Agora, deixe-me fazer as
mesmas perguntas substituindo as palavras "Antigo Testamento "
por " Novo Testamento ":
1.
Quando uma pessoa
cria no Deus de Abraão e confiava nEle no Novo Testamento, o que acontecia? Ele era batizado.
2.
Qual era o símbolo
externo que representava o coração limpo no Novo Testamento? Batismo.
3.
Qual era o sinal
externo que marcava a entrada de uma pessoa na comunidade de crentes do Novo
Testamento? Batismo.
Essa é a razão por que eu não visito o hospital e tenho um
serviço de circuncisão para bebês recém-nascidos em nossa congregação. Eu deixo
isso para os médicos, porque já não é mais um sinal de salvação. E é por isso
que não circuncidamos adultos que são convertidos a Cristo. O batismo é o
cumprimento da circuncisão.
Paulo explicou isso aos gentios
convertidos em Colossos. Alguns judeus estavam dizendo aos novos convertidos
que eles precisariam ser circuncidados porque
isso era o sinal da salvação. Considerando que os convertidos não vinham de uma
comunidade judaica, eles nunca tinham sido circuncidados. Uma grande
controvérsia surgiu entre eles - na verdade em toda a Igreja Mediterrânea. Note
o que Paulo escreveu a estes novos e
débeis discípulos de Cristo:
· ...Nele, também
fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo
da carne, que é a circuncisão de Cristo, tendo sido sepultados, juntamente com
ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder
de Deus que o ressuscitou dentre os mortos - (Cl 2:11-12).
Embora
eles não tivessem sido circuncidados exteriormente. Paulo afirmou que eles
tinham sofrido uma circuncisão " não feita com mãos " realmente. Em outras
palavras, a deles foi uma circuncisão simbólica. Como? Quando eles receberam
isto? Quando eles foram batizados. Paulo disse, com efeito, "Vocês não
entendem que eu os batizei como um sinal
da salvação? Então, vocês não precisam de circuncisão ".
Não é estranho que o batismo seja o
cumprimento da circuncisão. Todas as doutrinas ensinadas no Novo Testamento têm
suas raízes no Antigo. Somos levados às lágrimas quando contemplamos a beleza e
a unidade das Escrituras, quando vemos Arão sacrificando os cordeiros
e então vemos Jesus sendo
sacrificado no Calvário, punido por Deus pelos nossos pecados. Sentimos uma
afinidade com Josué quando vemos sua família junta para comer o cordeiro da
Páscoa no antigo Israel, e nos juntamos para participar do corpo e do sangue do
cordeiro de Deus no Novo Israel. Mas o mais precioso é que Deus mantém uma
bênção que Ele deu ao Seu povo na antigüidade. Nós seguimos nos passos de
Abraão, que circuncidou a Isaque, quando trazemos nossas crianças para serem
batizadas.
4 - Deus e a Família do Antigo
Testamento
Quando Caim nasceu, ninguém teve que
lhe ensinar a mentir, a ser egoísta, ou a desobedecer os pais. Como todos nós,
ele chegou a isso naturalmente. Embora possa não parecer para muitos de nós,
isso tem um enorme significado.
Você vê, Adão foi criado perfeito. Ele não tinha nenhuma inclinação
natural para pecado. Ele era livre, de
um modo que ninguém depois dele jamais foi.
Depois que Adão cometeu o primeiro
pecado, tudo mudou. A sua natureza caída passou a ser propensa a pecar. A sua
própria essência produzia pensamentos e ações pecaminosos. Os filhos dele
nasceram com a natureza que ele possuía antes da queda, ou herdariam a natureza
pecaminosa dos pais? Caim respondeu a pergunta. Todos os filhos de Adão levam a
sua marca. Não é como se nós nascêssemos neutros e então pulássemos para um
lado ou para o outro. Também não nascemos inocentes e somos atraídos para o mal
pelas influências do mundo. Nós nascemos com a natureza pecaminosa, e embora o
mundo possa nos tentar a pecar em alguns modos específicos, nosso pecado flui
de nosso próprio coração. Vejam o que Paulo diz de nossa relação com Adão em
Romanos 5:
· Se pela transgressão
de um, muitos morreram... (v.15).
· Pois assim como, por
uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para... (v. 18).
· Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos se tornaram pecadores... (v.19).
Adão era nosso representante. Ele falhou, e assim nós nascemos com
a marca do seu fracasso.
Tudo isso pode ir contra o cerne de
sua natureza independente, mas não há qualquer dúvida quanto ao fato de ser
este o ensino da Bíblia. Eu fiquei bravo a primeira vez que ouvi isso, mas eu
não pude negar a acusação clara da Bíblia quanto à minha natureza. Queremos
dizer, " Isso não é justo! Por que deveríamos nascer pecadores só
porque Adão pecou? " Mas prestemos
melhor atenção às palavras de Paulo aos Romanos 11:33-34:
· Ó profundidade da
riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a
mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
Paulo nos diz que Deus é tão
profundo em seu conhecimento e sabedoria
que Sua mente não pode ser medida, e que nós não podemos pensar em
aconselhá-Lo. Também, temos que
considerar que se Deus tivesse empregado a nossa idéia de justiça, Ele teria
destruído Adão e Eva simplesmente pelo
pecado deles, e nossa raça não teria existido! Então, quando somos
perguntados por que nascemos com natureza pecaminosa, respondemos com a cabeça
e o coração curvados perante um Deus justo e misericordioso: "Porque somos
os filhos de Adão".
Até agora, provavelmente, você
esteja desejando saber o que tudo isso tem a ver com o batismo infantil. No
Seu tratamento com Adão, Deus nos deu um exemplo do modo que Ele
geralmente lidaria com todos os homens. Ao
longo das Escrituras vemos Deus aplicando Sua graça e julgamento através de
famílias.
Em Gênesis 6, Noé recebeu graça do
Senhor. Embora Deus fosse destruir o mundo com o dilúvio, Ele escolheu salvar
Noé. O verso 8 é muito claro: "Porém Noé achou graça diante do
SENHOR". Mas quando a arca achou-se sobre as águas, Noé estava sozinho com
os animais? Não, Deus o dirigiu a levar a sua esposa, três filhos e as respectivas
esposas. Ele poderia ter excluído a família de Noé facilmente, mas Deus sempre
teve uma consideração especial para com as famílias de Seu povo.
Em Gênesis 17:7, Deus fez uma
aliança de salvação com Abraão. Ele disse a Abraão que a aliança era não só para ele, mas para os filhos dele,
netos, bisnetos, e assim por diante. Esteja seguro de que você entende isto.
Estes filhos não tinham nascido e não tinham expressado nenhuma fé; contudo
Deus estava prometendo lidar de um modo
especial com eles. Deus não estava predizendo o futuro simplesmente. Esta não
era uma profecia preditiva - era uma
aliança. Deus tratou Abraão meramente como um indivíduo? Não, Ele entrou em uma
aliança com a família de Abraão.
Quatrocentos anos depois, a família
de Abraão tinha crescido para ser uma grande nação com mais de um milhão de
pessoas. Escravizados no Egito, eles oravam a Deus. Os resultados são
registrados em Êxodo 2:24-25:
· Ouvindo Deus o seu
gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó. E viu Deus
os filhos de Israel e atentou para a sua condição.
Por que Deus levou em consideração
aqueles escravos? Foi por que eles eram a minoria? Ou por que eles eram
melhores que outras pessoas? Ou por que eles foram maltratados? Deus teve
consideração por eles porque eram os
filhos de Abraão. Deus tem uma consideração especial com os filhos de Seu povo.
Considere as palavras surpreendentes
de I Reis 11:11-12:
· Por isso, disse o
SENHOR a Salomão: Visto que assim procedeste e não guardaste a minha aliança,
nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu
servo. Contudo, não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de
teu filho o tirarei.
Salomão havia transgredido
seriamente a vontade de Deus. O seu reino seria dividido por causa do seu
pecado, mas o Senhor não faria isso durante a vida de Salomão, porque ele era o
filho de Davi. Davi tinha morrido pouco tempo antes, e Deus ainda tratou
Salomão com consideração especial por causa do seu pai.
Podemos começar a ver agora por que
Deus estabeleceu que o sinal da aliança devia ser aplicado às crianças. Os filhos são separados - são
especiais para o Senhor.
Mas há outro lado deste ensino. Com
lágrimas nos olhos, ouvimos Deus dizer a Israel que os pecados dos pais serão
visitados nos filhos:
· ... porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus
zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem - (Êx 20:5).
· ... ainda que não
inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos
filhos, até à terceira e quarta geração! - (Êx 34:7)
Vimos Deus mostrando favor a Salomão
por causa de Davi. Roboão era o filho de Salomão e se tornou o rei. O reino
passou por uma guerra civil e se dividiu sob o governo de Roboão; ele estava
experimentando o julgamento de Deus por causa dos pecados do seu pai.
Lembre-se, Deus disse a Salomão que dividiria o reino durante o governo do seu
filho por causa do pecado de Salomão. Pais
e mães, se pudéssemos perceber que nossos pecados afetarão nossos filhos
profundamente, nós não nos comportaríamos diferentemente?
Mas não devemos terminar o capítulo aí, pois há uma grande bênção
neste ensino. Quando Abraão
aproximou-se da morte, ele tinha grande conforto por saber que Deus abençoaria a sua linhagem. Deus
manteria os seus filhos em um relacionamento especial. Da consideração de Deus
pelas famílias de Israel, Davi escreveu:
· Mas a misericórdia do
SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça,
sobre os filhos dos filhos (Sl 103:17).
5 -Deus e a Família do Novo Testamento
Exemplos de bênçãos de Deus sobre
crianças por causa da fé que seus pais
demonstravam não estão limitados ao
Antigo Testamento. Temos visto essas bênçãos no Novo Testamento vez após vez,
provavelmente sem perceber isso. Aqui estão alguns exemplos:
Mateus 9:18-19, 23-26: A filha de um
oficial judeu tinha acabado de morrer. Então, o oficial veio a Jesus e Lhe
pediu que restabelecesse a vida dela. Jesus respondeu restabelecendo a vida da
filha do homem. Por que? Por causa da fé dela? Não, por causa da fé do pai
dela!
Mateus 17:14-18: O pai de um
epiléptico pediu que Jesus curasse o seu
filho. Como resultado, o menino foi curado.
Lucas 7:11-17: Uma mulher, que tinha
perdido o marido, caminhava ao lado do caixão do seu único filho. Vendo a triste procissão, Jesus teve compaixão da mulher. Embora ela
não tivesse Lhe pedido nada, Jesus deu vida ao jovem e devolveu um filho à sua
mãe. Por que o Jesus restabeleceu a sua
vida? Ele favoreceu o filho por causa da mãe!
João
4:46-54: O filho de um oficial da
cidade de Cafarnaum estava doente. A
enfermidade dele parecia terminal. O pai, lamentando, pediu a Jesus que curasse
o seu filho, e Jesus assim o fez sem nem mesmo ir até à casa dele. Jesus teve
consideração pelo menino por causa do pai dele.
Em cada um dos casos acima, o
filho foi restabelecido por causa do
pais.
O registro de uma conversão nas
Escrituras que sempre traz um sorriso ao nosso rosto é a do pequeno coletor de
imposto de Jericó cujo nome era Zaqueu.
Quando Jesus veio para a cidade dele, a multidão era tão grande e Zaqueu era
tão pequeno que ele não pôde ver a Jesus. Assim ele subiu em uma árvore, e Jesus tomou conhecimento dele. Ele disse a
Zaqueu que descesse porque Ele iria ficar na casa dele. Cumprindo algo que
tinha sido estabelecido antes do início dos tempos, nosso Senhor disse a Zaqueu "Hoje veio
salvação para esta casa".
Por que Jesus não disse, " Hoje veio salvação
para Zaqueu"? Já que Zaqueu, o cabeça da casa, veio à fé, Jesus falou em termos da casa inteira. Em
outras palavras, Deus ia abençoar a família inteira porque o cabeça daquela
família se tornou Seu filho.
Quando Pedro exortou a multidão
no Pentecoste a se arrepender e ser batizada e assim os seus
pecados serem perdoados, ele acrescentou:
· Pois para vós outros
é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é,
para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar
(AT 2:39)
Por que Pedro diz "Pois para vós outros é a promessa, para
vossos filhos"? Ele sabia que Deus estava prosseguindo em Sua obra da
mesma forma que Ele agia no Antigo Testamento. Ele continuaria a ter pelos
filhos de Seus filhos especial consideração.
O ponto é novamente destacado em I Coríntios 7:14:
· Porque o marido
incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é
santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos filhos seriam
impuros; porém, agora, são santos.
Como os crentes de Corinto tinham
vindo de uma cultura pagã, eles enfrentaram problemas que ainda vemos hoje. Um
marido se tornava cristão e o seu modo de vida mudava drasticamente. Quando ele
compreendia que Cristo governaria cada parte de sua vida, era natural que ele
perguntasse se deveria continuar vivendo com uma esposa não cristã.
A resposta de Paulo a essa pergunta
é achada em I Coríntios 7. Se a esposa concorda em viver com ele, ele deve
ficar com ela. Como Paulo continuou dizendo, a esposa incrédula é santificada
pelo marido crente. Isso não significa que ela é salva. O termo grego para "santificar" significa
"colocar a parte". Em várias passagens do Novo Testamento esse
termo é traduzido por "santo". A vida santa de um cristão é uma vida
"separada". Paulo estava dizendo que a esposa é separada - vista de
um modo especial - por Deus. Por quê? Porque o marido dela pertence ao povo de
Deus.
Quando somos unidos pelo matrimônio,
Deus diz que nos tornamos uma única pessoa perante Ele. Paulo explicou que se
isto não fosse verdade, nossas filhos não seriam santificados. Ele disse, na
verdade, que do mesmo modo que os filhos são vistos de forma especial por causa
dos pais, o mesmo princípio se aplica com relação às esposas. Então, por que não batizamos uma esposa incrédula se
nós batizamos crianças muito pequenas? Como um adulto, a esposa é responsável
pela sua profissão de fé perante o Senhor. Já as crianças são batizadas com
base na fé que seus pais demonstram, uma vez que são incapazes de fazer a
própria profissão de fé. Contudo, trazem a marca da fé demonstrada pelos pais
que invocam para eles o nome do Seu Senhor, em seus primeiros anos.
6 - Responsabilidades de um Lar da
Aliança
Pode parecer que tudo que você
precisa fazer é ter seu filho batizado, e tudo estará bem. Isso é o que muitos
modernos membros de igreja pensam. Eles trazem seus filhos para serem batizados
como se isso fosse um seguro contra incêndio. Mas daquele momento em diante
você não vê nenhuma diferença entre a família dele e família do vizinho ateu.
Se você e sua esposa não amam um ao
outro, como a Bíblia manda; se você não ensina as Escrituras aos seus filhos,
se você não os disciplina, como a Palavra de Deus ensina; se você não ora com
eles e por eles, diariamente; se Cristo
não é o centro de seu lar; então você poderá batizar seus filhos, mas eles
crescerão iguais aos filhos do vizinho ateu.
Voltando a Gênesis, onde primeiro
lemos que Deus disse a Abraão para pôr um sinal de salvação no seu filho, Deus
disse isso em consideração a Abraão:
· Porque eu o escolhi
para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o
caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir
sobre Abraão o que tem falado a seu respeito (Gn 18:19).
Esse verso fala-nos da
responsabilidade de Abraão de ensinar seu filho sobre Deus em cada aspecto de
sua vida e do seu lar. Para Abraão, a circuncisão não era nenhum seguro de que
Deus salvaria o seu filho automaticamente. Era o sinal de uma aliança em que
ele se comprometia a criar o filho dele no Senhor, e que Deus teria
consideração especial para com ele.
A Igreja tem que ouvir isso. Embora
tenhamos tantos membros de igreja quanto qualquer nação no mundo, nossa
sociedade compete em maldade com os países mais incrédulos. Nossos lares, os
lares dos membros da igreja,
freqüentemente não têm nenhum diferença dos lares não cristãos. Nós
cultuamos os prazeres, a conveniência, o clube, o dinheiro, o sucesso, o poder,
e prestígio, da mesma maneira que o mundo faz. Nós não oramos em nossos lares
mais que qualquer dos nossos vizinhos moralistas. Nós vamos à igreja duas vezes
por mês para satisfazer o Senhor, e ainda ficamos chateados se o culto vai além
do horário por nós estipulado como o ideal. Nós trabalhamos arduamente para que
nossos filhos aprendam matemática, ciência, comércio, futebol, beisebol, tênis,
golfe, e futebol, ou talvez balé, música, arte, e teatro. Mas quanto tempo ou
esforço é gasto no treinamento religioso de nossos filhos?
Eu não estou escrevendo estas lições
para ensinar aos Presbiterianos, Episcopais, Luteranos, e Metodistas o que eles
supostamente crêem. Eu estou escrevendo sobre isso porque a única coisa que
salvará nosso país é a aplicação do conceito de aliança em cada lar onde os
filhos crescem e são educados conforme o ensino bíblico.
Olhe um dos votos que fazemos
quando batizamos nossas crianças:
· Vós agora dedicais
vosso filho a Deus, e prometeis, em humilde relação de aliança com a graça
divina, ser para ele um verdadeiro exemplo de vida cristã, orar com ele e por
ele, ensinar-lhe as doutrinas de nossa santa fé, e usar de todos os meios
indicados por Deus para trazê-lo à fé e à submissão ao Senhor?
Meu pai é um pastor. Ele faz uma
pergunta adicional aos pais que trazem o segundo, o terceiro, o quarto, etc., filhos para ser batizado. Considerando
que os pais fizeram um voto antes, ele lhes pergunta: "Tendes cumprido os
votos que fizestes perante Deus com relação aos filhos mais velhos já batizados
de tal modo que podeis assumir este voto com uma sincera e limpa consciência?”
Ele faz essa pergunta ao pai e à mãe diante da congregação inteira! Quando eu
trouxe meu segundo e terceiro filhos para serem batizados, ele fez a mesma
pergunta para mim. Contudo, de modo nenhum podemos dizer que obedecemos o Senhor perfeitamente neste
assunto. Mas a pergunta não é se fomos
perfeitos, é se estamos nos esforçando para manter nossos votos como melhor
podemos.
Meu pai tem a idéia certa.
Precisamos dizer um ao outro,
"Vamos parar de nos enganar tolamente a nós mesmos. Estes votos são apenas
uma satisfação à sociedade para muitos de nós". Deus pode dizer sobre nós
o mesmo que Ele disse de Abraão? Nós "ensinamos nossos filhos e nossa casa
depois de nós a manter o caminho do Senhor?” Se não podemos responder sim, não
temos nada que trazer nossos filhos para que sejam batizados.
Quando nós, como pais, nos lembramos
do sinal de salvação aplicado aos nossos filhos, é um sinal de que fazemos
aquilo que Deus disse que deveríamos fazer. Nossos filhos não são propriamente nossos. Deus os deu a nós
como Ele deu tudo o mais que temos. Nós somos apenas os mordomos. Assim, nós
devemos criar nossos filhos como Deus requer. Caso contrário, nós negamos a
propriedade dele.
Deixe-me dirigir um momento a você
que é um filho da aliança batizado. A marca de salvação, o sinal da fé paterna,
foi aplicada a você. É uma chamada, um mandamento, para você se arrepender do
pecado e seguir a Jesus. Se seus pais têm sido
fiéis, você tem bênçãos que os filhos do mundo jamais conheceram. Sodoma
não teve nenhuma Bíblia, mas a você foi ensinada a Palavra de Deus, seus pais
oraram com e por você, tem tido exemplo de vida cristã, e aprendeu a lei e a
misericórdia de Deus; se você não vive para o Senhor, um julgamento pior o
espera do que o dos filhos que nunca conheceram esta bênção. Seu batismo como uma criança é uma chamada a
Cristo por Deus. Se você não atende esse chamado, eu preferia ser o filho
de um ateu do que estar em seu lugar! Como o Senhor Jesus disse à cidade de Cafarnaum, que permaneceu
impenitente embora Ele tivesse realizado muitos milagres lá, "haverá mais
rigor para ti, no dia do julgamento, do
que para Sodoma".
Pais, não façam votos ao Senhor
apenas para dar uma satisfação à sociedade. Imagine, comparecer perante o Deus
vivo com palavras que não representam nada para você, exceto o cumprimento de
um costume social! Se você fizer isso, o sangue de seus filhos estará sobre a sua própria cabeça.
7 - Resumo
Por que você batizou seu filho, ou
por que você deseja batizá-lo?
A Bíblia ensina que o sinal de
salvação é aplicado às crianças filhas de pais crentes. No Antigo Testamento,
circuncisão era o sinal. No Novo Testamento, batismo é o sinal. O batismo de
nossas crianças simboliza a realidade de que elas são separadas aos olhos de
Deus. Neste batismo, pais que vivem na aliança se comprometem a criar seus
filhos conforme a diretriz do Senhor. O batismo chama as crianças, nos seus
primeiros dias, a confessar a Cristo como
Salvador.
É Deus quem iniciou, estabeleceu os
termos, e selou a Sua aliança com o Seu povo. Ele graciosamente Se compromete a
cumprir as promessas da Sua Palavra. E Ele chama os Seus filhos e os filhos dos seus filhos para manter a
aliança e conhecer a Sua bênção de geração para geração.
O autor é pastor da Independent Presbyterian Church in Memphis - TN.
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