Salmo 104 –
Celebrando a Criação
Mark Greenwood, abril 2011
[Nota
para o pregador: faça a introdução antes da leitura bíblica]
Introdução:
O
tema do ano para a Convenção Batista Brasileira em 2011 é Vida Plena e Meio
Ambiente. A primeira parte do tema nos lembra de quando Jesus declara em João
10.10, que ele Ele veio para que as ovelhas dele tenham vida, e vida abundante.
A segunda parte do tema nos faz refletir sobre a nossa conexão com o mundo ao
nosso redor, o ecossistema, a criação. Como um todo o tema é um convite para
passarmos o ano refletindo sobre a qualidade da nossa vida: tanto em relação a
Deus, quanto em relação ao meio ambiente, e para nós percebermos a conexão
entre os dois.
Para
entender este tema mais profundamente, hoje estamos refletindo sobre o Salmo
104, possivelmente o primeiro relato na bíblia sobre a criação – escrito até
antes de Gênesis.[1] O que
mais impressiona sobre este Salmo é exatamente a riqueza de vida que o salmista
sente ao observar o mundo ao seu redor, e o louvor a Deus, como criador deste
mundo, que isso estimula nele.
Vamos
ouvir este cântico de louvor a Deus pela sua criação.
[Nota
ao pregador: faça a leitura do Salmo 104 neste momento. Se puder, prepare
anteriormente a leitura como um jogral, com quatro leitores alternando, e
declamando o Salmo em tom de louvor. Divida o Salmo assim: vv. 1-4; 5-9; 10-15;
16-18; 19-23; 24-26; 27-30; 31-32; 33-35. A última divisão deve ser lida por
todo mundo junto.]
Reflexão
central:
Ao
longo do Salmo todo podemos perceber três temas constantes:
1. A
grandeza de Deus visto no universo criado,
2. A
admiração e louvor que o salmista sente diante desta grandeza e beleza,
3. A
interdependência entre o ser humano, os outros seres vivos, e o mundo no qual
vivem.
[Nota
ao pregador: peça aos ouvintes a destacarem versículos que ilustram estes três
pontos]
Agora,
o mundo naquela época era diferente do mundo hoje. Embora a gente pode observar
muitas coisas que o Salmista observava – montes, árvores, pássaros, água, o mar
- e junto com ele sentir a grandeza de Deus e a beleza da criação, para quem
mora em algum centro urbano perdemos muito do nosso senso de dependência no
mundo criado, no meio ambiente ao nosso redor. O versículo 15 deixa claro que o
Salmista vivia em um lugar onde ele podia ver a uva crescendo, a azeitona no pé
e o trigo no campo. São poucas pessoas hoje para quem estas coisas fazem parte
do dia-a-dia – elas não fazem parte da vida na cidade, do ambiente cotidiano da
maioria de nós. A vida no campo também é bem diferente daquela época; máquinas,
meios de produção e transporte, e a tecnologia do lar transformaram a vida
rural ao longo das últimas décadas. Os objetos do nosso dia-a-dia são bem
diferentes. Vamos pensar em alguns, que com certeza o Salmista jamais podia conhecer...
[nota ao pregador: peça para os ouvintes listarem objetos comuns no nosso
dia-a-dia que o Salmista não podia conhecer]
Vamos pensar, agora, na procedência destes
objetos... [nota ao pregador: peça aos ouvintes a falarem sobre de onde vem os
objetos modernos – matéria prima, transporte, loja etc, se não surgir na
conversa, explique que, mesmo que não pareça, cada um destes objetos, de fato,
depende do mundo criado, o meio ambiente, para poder vir a existir, e que o
processo de tornar o natural em sintético pode ser visto como um reflexo do
caráter criativo de Deus no ser humano]
Aceitamos
que não todo objeto manufaturado é bonito, e que nem todos são produzidos de
uma maneira que respeite ao meio ambiente, não obstante, quando percebemos que
os objetos manufaturados são resultado de uma sinergia entre a criação e a
criatividade humana dada por Deus, é possível olharmos para os aspectos mais
belos, menos poluentes do mundo manufaturado, criado pela humanidade, e sentir
como o Salmista sentia:
Podemos
enxergar a grandeza de Deus, a beleza do mundo ao nosso redor, e o fato de
sermos tão dependentes da criação quanto o Salmista. O desfrutar plenamente da
nossa vida física depende do meio ambiente, que em si é colocado ao nosso
dispor pelo seu Criador.
Segue
naturalmente percebermos que o desfrutar plenamente da nossa vida física
depende da manutenção de meio ambiente saudável. Olhando o estado dos rios, das
árvores, das minas [nota ao pregador: acrescentar coisas relevantes a discussão
anterior] percebemos que não sempre o ser humano tem zelado pela saúde da
criação, e isso tem inibido a possibilidade de desfrutarmos de uma Vida Plena
no Meio Ambiente. No relato da criação em Gênesis 2.15, lemos que Deus colocou
o ser humano no Seu jardim para cuidar dele, e olhado o mundo ao nosso redor,
sentimos hoje uma urgência maior para gerenciarmos bem este mundo maravilhosos
no qual Deus nos colocou.
Aplicação:
Cada
um de nós tem um papel neste cuidar do mundo. Para quem trabalha e vive no
campo isso implica desenvolver práticas saudáveis para o manejo da terra, da
plantas e das árvores. Para todos, no campo ou na cidade, isso demanda que
entendamos de onde vem o que consumimos, como foi produzido, e que então
favoreçamos produtos que menos agridem o meio ambiente. Demanda que procuremos
sempre maneiras menos poluentes para nos locomover, que tomemos cuidado com o
nosso lixo, para separar o que é reciclável e encaminhá-lo a quem recicla, e que
consumamos menos, para puder extrair menos minerais e produzir menos lixo.
[Nota ao pregador: dê exemplos bem práticos, e possíveis, dentro do seu
contexto – veja algumas sugestões no material para o Dia Batista de Ação
Social]
Não
importa se a pessoa vive na cidade ou no campo, hoje ainda é possível: sentir a
grandeza de Deus no universo criado, admirar e louvar a Deus diante desta
grandeza e beleza, e desfrutar da interdependência entre o ser humano e o mundo
no qual ele vive. Cuidando nós bem do meio ambiente, da maneira que Deus espera
de nós, vindouras gerações também poderão ter este privilégio.
[1] TOOMBS, The
Psalms em LAYMON The Interpreter’s one-volume Commentary on the Bible
Nashville: Abingdon Press, 1971; p 290-291
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