17 de setembro de 2015

Treinamento não-formal para líderes


Um mentor permanece ao lado da pessoa e incentiva-a para que desenvolva uma visão para a futura mudança. Richard Hanson/TearfundUm mentor permanece ao lado da pessoa e incentiva-a para que desenvolva uma visão para a futura mudança. Richard Hanson/Tearfund
Nossas crenças moldam a maneira como achamos que a liderança deve ser e a maneira como lideramos. Por este motivo, os princípios da liderança geralmente são ensinados a partir do ponto de vista de uma fé em particular. Neste artigo, o Dr. Sam Thomas conta sobre a sua experiência no treinamento de líderes cristãos.. 
Trabalho com pequenos grupos de líderes em diferentes locais. Procuramos limitar o grupo em 25 pessoas. Ao longo dos anos, percebi que os “encontros individuais” são menos eficazes para produzir mudanças de longo prazo na vida das pessoas. Assim, visito o mesmo grupo em torno de três ou quatro vezes por ano. Em cada visita, passo uns três dias com eles, sendo que a última é dedicada à família. Durante estas visitas, aprendemos juntos através de um estilo didático interativo, com ênfase especial na vida prática.
Nas sessões, aprendemos os seguintes princípios:
  • mudar nossa perspectiva: quem somos é mais importante do que o que fazemos
  • levar uma vida disciplinada
  • deixar de lado os objetivos e as vantagens pessoais para servir os outros.

O impacto que desejamos causar através desta aprendizagem é multiplicar os líderes servis com integridade e eficácia.
Estilo de ensino
A disposição da sala de aula visa acomodar pequenos grupos de cinco pessoas sentadas ao redor de uma mesa. Até mesmo a disposição surpreende muitos alunos, pois eles estão acostumados a se sentarem em fileiras, escutar o que lhes é ensinado e tomar notas. Também mudamos a disposição da sala de vez em quando, dependendo do conteúdo do que vai ser ensinado e do contexto. Freqüentemente fazemos dramatizações e esquetes cômicos e ouvimos histórias incríveis. Mostramos os ensinamentos através de diferentes tipos de mídia: materiais para escutar e assistir, recortes de jornais e assim por diante. Isto é muito criativo e transmite profundamente a mensagem.
A ênfase é toda colocada no aluno, não no professor. A aprendizagem para o impacto é a meta. A função do professor é facilitar a aprendizagem e avaliar o impacto em cada estágio. Os alunos vêem o professor como facilitador, não como um mestre.
A aprendizagem é totalmente baseada na Bíblia, mas não na forma de um estudo bíblico tradicional. Deixe-me dar um exemplo. Para ensinar a liderança servil, eu posso dar ao grupo uma breve introdução sobre liderança conforme a vemos à nossa volta hoje em dia. Na hora, eu posso estar vestido como um grande chefe, com alguém carregando a minha pasta e duas pessoas, uma de cada lado, com flores – é divertido! Eu posso fazer uma dramatização, o que faz com que as pessoas riam e as incentiva a pensar na necessidade de um tipo de liderança diferente. Em seguida, peço-lhes que desenhem figuras da atual liderança com a qual estão familiarizadas, mostrando algumas das suas preocupações. As pessoas usam muita imaginação e produzem figuras coloridas. Cada grupo apresenta suas constatações. No final da sessão, vejo que as pessoas foram afetadas emocionalmente. Então, peço-lhes que desenhem a figura de um líder, usando Filipenses 2:5-9, que descreve Jesus como um líder servil. Os grupos apresentam esta figura também. Ao examinarmos as duas séries de figuras lado a lado, peço-lhes que as comparem. Depois, eu apresento uma série de textos bíblicos, e, em grupos, eles conversam sobre o estilo de liderança encontrado em cada série. A resposta invariavelmente é “servos ou líderes-mordomos”.
Prestação de contas
A prestação de contas existe em diferentes níveis. O primeiro nível é dentro do grupo. Mudamos os grupos diariamente para que os participantes tenham a oportunidade de se reunirem com diferentes pessoas. Eles compartilham suas experiências em grupos.
O próximo nível de prestação de contas é que cada um deles terá de escolher seu próprio mentor pessoal e compartilhar o que aprendeu e as decisões que tomou. Os mentores exigem que eles prestem contas pelo período de aprendizagem. Todos eles devem ensinar o que aprenderam, de maneira que haja um efeito propagador desta aprendizagem.
Vulnerabilidade
Como líder, sou vulnerável perante o grupo. Noto que as pessoas lentamente percebem que podem retirar sua máscara. O estilo de ensino exige que elas falem dentro dos grupos, e elas começam a se dar conta de que estão entre pessoas que cometem erros, assim como elas. Isto cria abertura.
Creio que a vulnerabilidade é de importância primordial. As pessoas procuram imitar o líder. Se o líder se apresentar como a pessoa perfeita, as pessoas terão dificuldade e se fecharão. Jesus não tinha problema algum em dizer aos seus discípulos: “Meu coração está perturbado”. Um dos primeiros líderes cristãos, Paulo, mostra suas próprias dificuldades e admite não ser uma pessoa perfeita. É bom para as pessoas que nos seguem saber que passamos pela mesma dor, sofrimento e tentações que os outros. Precisamos ser pessoas com integridade, e a integridade exige que sejamos por dentro o mesmo que mostramos por fora. Creio que isto é vulnerabilidade. Vi na minha própria vida pessoal que a minha vulnerabilidade e a minha abertura com as pessoas as ajudaram mais do que todos os meus ensinamentos.
O que traz sucesso?
  • Reuniões freqüentes com o mesmo grupo
  • Interação pessoal
  • Estilo de ensino adequado para a aprendizagem adulta
  • Aprendizagem com um propósito visando à transformação
  • Criação de grupos para a prestação de contas e o incentivo mútuo
  • Ser vulnerável desenvolvendo a comunidade
  • Incluir avaliações como um componente importante e contínuo do treinamento
  • As tarefas oferecem uma oportunidade para praticar o que foi aprendido durante o intervalo entre dois encontros e ensiná-lo a um grupo de 10-20 pessoas.

O que as pessoas disseram após o treinamento
  • “Eu tinha medo de que, desenvolvendo outros líderes, eu perderia minha importância. Agora eu vejo que sou chamado a liberar outros.”
  • “Eu tinha medo de prestar contas. Agora percebo a importância disso. Encontrei um parceiro de prestação de contas.”
  • “Sinto-me uma pessoa mais profunda agora. Minhas várias feridas cicatrizaram.”
  • “Ficou mais fácil para mim pedir perdão e perdoar os outros.”

O Dr. Sam Thomas trabalha como Consultor Sênior para a Development Associates International, na Índia.
- See more at: http://tilz.tearfund.org/pt-pt/resources/publications/footsteps/footsteps_81-90/footsteps_84/nonformal_training_for_leaders/#sthash.jtpDExre.dpuf

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aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.
João 4:14

E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.
Apocalipse 22:17
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